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Tua Mão Em Mim, Marina Colasanti - Segunda feira poética

Você me acorda no meio da noite e eu que navegava tão distante  cravada a proa em espumas  desfraldados os sonhos  afloro de repente entre  as paradas ondas dos  lençóis a boca ainda salgada mas já amarga molhada a crina encharcados os pelos na maresia que do meu corpo escorre. Cravam-se ao fundo os dedos do desejo. A correnteza arrasta. Só quando o primeiro sopro escapar entre os lábios da manhã levantarei âncora. Mas será tarde demais . O sol nascente terá trancado o porto e estarei prisioneira na vigília. (Em: Gargantas Abertas - Ed. Rocco 1998)