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Mostrando postagens com o rótulo Milton Hatoum

Melhores Livros de Cada Estado Brasileiro, Região Norte

Recentemente a imprensa divulgou que uma influenciadora americana descobriu Machado de Assis e que a felicidade e comentários dela a respeito de Memórias Póstumas de Braz Cubas, teria viralizado e feito dele  o livro  mais vendido na Amazon americana. Depois disso, 4 professores brasileiros decidiram eleger os melhores livros de cada estado brasileiro. O site G1, divulgou o resutado e eu trouxe para o blog,  dividindo as postagens por região. Região Norte ACRE Obra:  “O Seringal”  (1972), Miguel Jeronymo Ferrante Sinopse:  Em Seringal, do romancista Miguel Jeronymo Ferrante, a floresta amazônica é ao mesmo tempo realidade opressiva e alimento para os sonhos do protagonista Toinho, cuja trajetória acompanhamos desde a infância até o amadurecimento, culminando numa libertação final marcada pela violência. Ambientado no Acre do início do século XX, o livro que inspirou a minissérie Amazônia: de Galvez a Chico Mendes, da TV Globo, entrecruza diversas histórias ...

Crônica de Natal Distante, Milton Hatoum

     Os mais indolentes ficavam na banheira, e não eram poucos os arranca-tocos      Era um terreno estreito e comprido, com duas traves sem rede, feitas de ripas remendadas; o piso de barro e pedrinhas, levemente inclinado para o centro, virava um riacho nas chuvas fortes de dezembro; mesmo assim, a gente batia bola naquele campinho nas tardes quentes da infância, que já tropeçava nos primeiros passos adolescentes.      Nos jogos valia tudo: chutão na canela, carrinho, rasteira… Os mais indolentes ficavam na banheira, e não eram poucos os arranca-tocos: curumins com pendor à luta corporal. Para eles, o campinho era uma arena: davam pontapés sem bola, mas se acovardavam quando Olibe, o único rapaz da turma, protegia os mais fracos, franzinos de dar dó. Ele era peixeiro, e madrugava no mercado municipal. Exceto o Olibe, éramos todos pequeninos humanos. Como seriam os grandes?      Num sobrado humilde, vizinho ao terreno, moravam...

O Fim Que Se Aproxima, Milton Hatoum

Amazonas: mito grego menos antigo que os mitos da Amazônia. Os que vivem no Cosmo há milênios são perseguidos por mãos de ganância,  olhos ávidos: minério, fogo, serragem, fim.  Quem são vocês, incendiários desde sempre,  ferozes construtores de ruínas?  Os que queimam, impunes, a morada ancestral,  projetam no céu mapas sombrios: manchas da floresta calcinada, cicatrizes de rios que não renascem. Qual Brasil se esconde  atrás da humanidade amazônica? Que triste pátria delida, mais armada que amada: traidora de riquezas e verdades. Quando tudo for deserto, o mundo ouvirá rugidos de fantasmas. E todos vão escutar, numa agonia seca,  o eco: Não existirão mundos, novos ou velhos, nem passado ou futuro. No solo de cinzas:  o tempo-espaço vazio Fonte: Estadão