Desdenhei do granito, ó companheira, Do qual te poderia ter moldado. Busquei na argila do país amado Teu corpo esbelto e com odor de cera. Recolhi terra em bosques ancestrais E amassei-a com minha mão de oleiro Em partes, cada membro por inteiro Teu ser pequeno, em sílex fugaz. Esmaltei os teus olhos de verbena E os cílios foram folhas de roseira. As sobrancelhas, ramos em fileira De erva recente, de uma luz amena. O teu dorso dos cântaros formei E se em teus seios tenho demorado Com mão acesa, sinto-me culpado Se na cintura a estátua não findei.