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Provo, Sinto Em Silêncio, Joaquim Cardozo

Provo, sinto em silêncio O gosto de tua presença, O gosto da presença feliz o teu corpo inocente e querido. Vejo que as ruas mãos formosas e mansas Movem-se para mim num desejo incerto de carícia, num gesto vago e litúrgico, E ouço a tua voz chegando como uma reza, Imersa em sombra, envolta em fumo, fragrante e leve. Mulher! em meio deste perfume, Incenso que vem de ti e das flores que trazes no seio, Mudo como um Deus quero ser adorado.