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O Que Estou Lendo: Nós Matamos o Cão Tinhoso, Luis Bernardo Honwana

 “Não sei se realmente sou escritor. Acho que apenas escrevo sobre coisas que, acontecendo à minha volta,
se relacionem intimamente comigo ou traduzam factos que me parecem decentes. Este livro de histórias é o testemunho em que tento retratar uma série de situações e procedimentos que talvez interesse conhecer.” (HONWANA, 1964, p.9).

Nós Matamos o Cão Tinhoso,

O livro  publicado em 1964 quando o autor tinha apenas 22 anos, traz  7 contos distintos  embora todos carregados de Moçambique ou de qualquer outro país colonizado, por essa razão: violento, pobre, explorado, muitas vezes invisível.  O conto que nomeia e abre o livro é narrado por uma criança e são crianças todos os  mais importantes personagens além do cão.  Em análises, resenhas, críticas ou citações não encontrei nenhuma linha sobre a menina Isaura que está presente do começo ao fim do conto. Pessoalmente vejo nela uma metáfora da situação de menosprezo, exploração e invisibilidade das mulheres na África e por parte  de críticos, analistas ou resenhadores um provável desconhecimento da intenção do autor ou até preconceito mesmo.  Vá lá entender..!

 Nós Choramos Pelo Cão Tinhoso conto de Ondjaki ( Os da minha rua) é dedicado  à menina Isaura e a Luis Bernardo Honwana.


Sobre o autor:

Nasceu em 1942, em Lourenço Marques (atual Maputo, capital de Moçambique), e cresceu em Moamba, cidade do interior, onde seu pai trabalhava como intérprete. 1964 foi o ano da primeira publicação de Nós matamos o Cão Tinhoso!. No mesmo ano, Honwana, militante da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), foi preso por suas atividades anticolonialismo, e permaneceu encarcerado por três anos. Em 1970, foi para Portugal estudar Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Após a Independência de Moçambique, em 1975, foi nomeado Diretor de Gabinete do Presidente Samora Machel, e participou ativamente da vida política do país. Em 1982, tornou-se Secretário de Estado da Cultura de Moçambique e, em 1986, foi nomeado Ministro da Cultura de Moçambique. Em 1987, foi eleito membro do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Em 1991, fundou e foi o primeiro Presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa. Em 1994, foi convidado para entrar para o Secretariado da UNESCO e foi nomeado Diretor do escritório regional da organização, com base na África do Sul. Honwana é membro fundador da Organização Nacional dos Jornalistas de Moçambique, da Associação Moçambicana de Fotografia e da Associação dos Escritores Moçambicanos. Atualmente, é o diretor executivo da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND). Fonte: site da Amazon

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