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Tempestade,Alexis Valdés


E se amansem as estradas
E sejamos sobreviventes
de um naufrágio coletivo.
Com o coração choroso
e o destino abençoado
Vamos nos sentir bem-aventurados
Tão só por estar vivo.
E nós lhe daremos um abraço
ao primeiro desconhecido
elogiaremos a sorte
de manter um amigo.
E aí nós lembraremos
Tudo aquilo que perdemos
e de uma vez aprenderemos
tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja
pois todos sofreram.
Não teremos mais desidia
Seremos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos
Que eu nunca consegui
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o frágil
O que significa estar vivo?
Vamos suar empatia
por quem está e quem se foi.
Sentiremos falta do velho
que pedia peso no mercado,
que nós não soubemos o nome dele
e sempre esteve ao seu lado.
E talvez o velho pobre
Era Deus disfarçado.
Você nunca perguntou o nome
Porque você estava com pressa.
E tudo será milagre
E tudo será um legado
E a vida será respeitada.
A vida que vencemos.
Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, triste.
Que nos tornes melhores.
como você nos sonhou.

A informação analisada pela Lupa é falsa. O poema que está sendo compartilhado nas redes sociais não foi escrito por K. O’ Meara, em 1800, mas sim pelo artista cubano Alexis Valdés, durante a pandemia da Covid-19. O texto foi publicado originalmente em 21 de março deste ano, em sua conta pessoal no Instagram, com o título “Esperança” e também no site Periódico Cubano, em 28 de março. À agência AFP Factual, que fez uma checagemsimilar, Valdés confirmou a autoria.

O poema de Valdés também foi atribuído erroneamente a outros poetas na América Latina. No Uruguai, por exemplo, os versos de “Esperança” circularam em posts nas redes sociais com referências ao escritor Mario Benedetti. O jornal El País do Uruguai publicou uma reportagem desmentindo o boato. Na Argentina, porsua vez, a autoria do poema foi atribuída ao ator e humorista Luis Landriscina.

 





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