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Marchinhas de Carnaval: verdadeiras crônicas (2)

     Dois carnavais muito distantes, duas marchinhas. Em comum, falam fatos de suas respectivas épocas. 
     A primeira (1957) desagrado pela possível mudança da capital federal para Goiás. A segunda (2021) ironiza  a ideia da terra plana.  
     O Rio de Janeiro deixou mesmo de ser a capital pouco tempo depois do lançamento da música, a terra, no entanto, continua redonda e não vai ficar plana..





Aldacir Louro, Sebastião Mota e Edgard Cavalcanti

Dizem, é voz corrente
Em Goiás será a Nova Capital
Leve tudo pra lá seu Presidente
Mas deixe aqui o nosso carnaval

O carioca chora, da lágrima cair
Se o reinado de Momo
Também te transferir

Terra Plana
Bloco Saia de Chita (SP)

A terra plana parou fora do tempo
Quarta-feira de Cinzas sem final
Sem multidão, em casa, eu me monto e não escondo
A saudade de outro carnaval
Vai passar rápido
Já já acaba
Botei a saia pra secar no meu varal
Não é possível
Já faz um ano que
Minha janela dá pro mundo virtual
Aguenta as pontas
Que esse chumbo vai passar
A máscara tá pra cair
E na Pompeia a gente volta se abraçar
Se lambuzar. Vai Guarani
Não quero arma ou cloroquina,
Passar boiada, nem general
Eu sou da rua, quero vacina
Bum bum tã tã de chita e me jogar no carnaval





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