A roupa cheira no varal Solta no ar um jasmim amarelo Resquício do aroma singelo Da tua nota essencial Deito-me de frente e de lado No lado bom da cama Aquele que, quando se ama Se deixa aquecido e reservado Salpico dois amores na parede De rubra intensa tinta Mas pode ser que eu minta Se de um amor tenho sede Não existe remédio genérico Nem receita milagrosa À tua presença afetuosa Nas frestas do meu ser hermético Crimes cometidos sem maldade Reviram-se culpa e desculpa Ao réu o castigo não se poupa: Paga seus delitos em saudade