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Livros Disponibilizados Para o Grupo LivroErrante

 Lidos em setembro e outubro com o grupo LivroErrante, disponibilizo todos os exemplares.


Opisanie Swiata, Verônica Stigger ( 160 Págs - lançado em 2013)

A história central do livro é a de Opalka, um polonês de cerca de sessenta anos que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil – mais especificamente, na Amazônia -, internado num hospital em estado grave. O pai decide viajar ao encontro do filho; no início do percurso, conhece Bopp, um turista brasileiro que, ao tomar conhecimento das razões da viagem de Opalka, resolve abandonar seu giro pela Europa para acompanhá-lo ao Brasil. 

O livro se compõe a partir de diversos registros, como o do relato em terceira pessoa, o da carta, o do diário etc., além de contar com inserções de imagens e fragmentos de textos sobre a ou da década de 1930 ― época em que transcorre a ação. (Amazon)




Tua Roupa Em Outros Quartos, Antonio Pokrywiecki (111 págs. lançado em 2017)

Oito mil quilômetros e meio de água salgada e terra firme separam Portugal de Santa Catarina. Um caminho que, bem ou mal, nunca foi fácil de percorrer. Um trajeto que em outros tempos foi sinônimo de chegada incerta, morte iminente e, ainda assim, últimas esperanças.

 Quando Fernando cruza o oceano, tomando o caminho de volta após uma vida em solo português, sob o espectro da xenofobia, da inadequação e do rancor; da frieza do continente e a impessoalidade de suas cidades; não há aventura nem promessas, esperança ou expectativas. O que resta é a náusea. 'Tua Roupa em Outros Quartos' é um livro sobre distâncias, afetos, memória e mentira. ( Livra Livros)




A Ferro e Fogo ( Tempo de Solidão e Tempo de Guerra), Josué Guimarães ( 270 págs e 266 págs lançado em 1975)

ual teria sido, na realidade a participação dos alemães na formação do Rio Grande do Sul? Este extraordinário romance nos dá o primeiro painel de uma conturbada época rio-grandense, sempre às voltas com o entrecortar de espadas e de lanças na demarcação das fronteiras nacionais.

São imigrantes alemães vivendo as suas misérias e desencantos, suas conquistas, seus momentos de ternura e saudade, seu trabalho de sol a sol, suas desavenças, rancores e ódios. É o desespero de quem se vê de uma hora para outra, jogado em terras distantes. Castelhanos e índios, caudilhos e politiqueiros, soldados e prostitutas, formando o grande pano de fundo da vida dos que chegaram ao Brasil atraídos por promessas e garantias fugazes. O tempo passou com sofrimento, privações, trabalho e luta. Os imigrantes de ontem, hoje estão incorporados na nacionalidade, mesclando raças e claramente influentes no processo de desenvolvimento nacional, na política, nas artes, nos esportes, etc... Tudo isso conseguido a ferro e fogo.

Sem datas ou minúcias históricas que o tornassem enfadonhamente didático. A ferro e fogo – tempo de solidão, é um romance fascinante, denso, ágil, verdadeira saga da colonização do estado do Rio Grande do Sul. (Amazon)

Os Tambores Silenciosos, Josué Guimarães (253 págs. lançado em 1977)

Nesta obra, que mereceu o Prêmio Erico Verissimo de Romance em 1975, Josué Guimarães constrói a imaginária Lagoa Branca, pequena cidade gaúcha situada num ponto qualquer entre Passo Fundo e Cruz Alta.

A história transcorre na Semana da Pátria, em 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O prefeito, um ditador empenhado em tornar seu povo "feliz", proíbe a distribuição de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Afinal, como ter paz de espírito com tantas notícias sobre fuzilamento, miséria e epidemias?

Ao contrário das tradicionais epopéias gaúchas, não há nenhum gesto heróico em Os tambores silenciosos. As personagens presentes são políticos medíocres e dominados pela ambição, mulheres infiéis e policiais violentos.

Através de um par de binóculos, o leitor vai acompanhar o olhar de sete curiosas solteironas, penetrando em recantos de alcovas e no gabinete da prefeitura. Com humor e cinismo, qualidades próprias para compor a caricatura de um sistema autoritário, Josué Guimarães aniquila essa microditadura e constrói uma obra perfeita, na melhor linhagem do realismo fantástico.
 
Dona Anja, Josué Guimarães ( 206 págs. Lançado em 1978)

A aprovação da Lei do Divórcio pelo Congresso, em 3 de dezembro de 1977, significou uma suada vitória. O país ­inteiro parou – como numa final de Copa do Mundo – para ouvir a votação da emenda do senador Nélson Carneiro que ­instituía no Brasil o rompimento legal do matrimônio. A ­nação estava dividida: de um lado os conservadores; de outro, os pregadores dos novos tempos. Em meio a acaloradas discussões, o resultado foi comemorado por toda a população. Neste pano de fundo histórico se desenrola a novela de Josué Guimarães. Na "casa" de Dona Anja e de suas encantadoras ­meninas, o prefeito, o delegado e demais figurões de uma pequena cidade discutem os problemas do país na exata noite da aprovação do divórcio. Nesta novela narrada em estilo de ­folhetim, o autor retrata as reações diante da votação, ouvida pelo rádio. Com toda sua maestria, Josué Guimarães fornece aos leitores um belo registro ficcional deste acontecimento histórico que comoveu a nação e que mudou para sempre a sociedade brasileira. (Amazon)


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