Para além do Farol onde a praia é mais triste, e é mais humano, ao pôr-do-Sol, o velho Mar, de ondas mais belas porque mais selvagens no seu ritmo insano, para além do Farol apraz-me hoje espraiar, na comoção dos namorados, destes Céus, deste Mar, destas paisagens. Oh! a móbil poesia, de ondas, ventos e velas, em contínuas querelas, quando o Ocaso é uma estranha aegoria, um painel de agonia! Então há um poema de extâse em meus olhos de visionário e contemplativo. Meus pensamentos líricos, desfolho-os por sobre as velas e por sobre as vagas como uma oblata e um epicédio à Beleza e à Tristeza. Sobre as areias ermas, ao por-do-Sol decorativo, tombam sombras enfermas. E anda em tudo o "motivo" de umas saudades vagas, de umas melancolias sem remédio... Oh! o misticismo dos Crepúsculos marinhos para os que vão, como eu, pelas praias, sozinho. Passa nas coisas um eflúvio, misto de romantismo e relogiosodade. É o naufrágio do Sol. Sangra? Enlanguesce... Dir-se-ia vai tremer. Desapare