É mágica. Parece.
Não sei de onde vem.
Basta sentar. Limpar a mente ter silêncio
e deixar vir.
Não bem ao acaso.
Como na pesca,
o peixe não vem à sua mão.
A intenção precisa estar lá
o intuito demonstrado
no anzol. Na isca.
A sorte, então, determina
o que vai subir, chegar à tona:
frase, pensamento,
preocupação recôndita.
Pergunta intermitente
sentimento sem nome
a lágrima engolida
humor ocasional.
Escrever é isso
desnudar-me
Fazer sentido do caos
Falar à meia voz para não acordar os pássaros,
para não agitar águas turvas,
para não trincar a frágil redoma
que encerra minha existência.
Em: À Meia Voz, Ladyce West, 2020, pág.9
Obrigada, Regina!
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