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Mostrando postagens de novembro, 2010

Ainda o Prêmio Jabuti 2010

Somos o elo mais fraco neste mercado hostil . Ainda a respeito da controvertida premiação de Chico Buarque o jornalista e escritor Edney Silvestre , autor de Se Eu Fechar os Olhos Agora ,   primeiro colocado categoria romance do Prêmio Jabuti 2010, faz a seguinte declaração ao  caderno Ilustríssima do Jornal Folha de São Paulo "Sou essencialmente um jornalista enveredando pelos caminhos da literatura. Escrevo porque gosto de contar histórias que, imagino, interessem às outras pessoas. A aceitação que busco, mesmo, é a dos leitores. Não fiz --nem me caberia-- nenhum comentário público sobre a polêmica do Jabuti --que, registremos, deu a meu romance de estreia o primeiro lugar na categoria, para minha alegria. Por isso mesmo, só posso lamentar que, numa discussão em nome de ética, respeito, delicadeza e cultura, seja gratuitamente atacado por um dono de uma poderosa editora "concorrente", que bem sabe que nós autores --ainda mais iniciantes-- somos o elo mais fra

Cem Livros Mais Vendidos de 2010

Os 100 livros mais vendidos da biblioteca da Folha de São Paulo  são:  Pode ser comprado nas Americanas.R$9,40 Série 1001 1001 Razões para Você Sorrir Marion Kaplinsky 12 Meses para Enriquecer Marcos Silvestre 1822 Laurentino Gomes 90 Livros Clássicos para Apressadinhos Henrik Lange 15 Minutos Alemão Sylvia Goulding Almanaque das Curiosidades Matemáticas Ian Stewart Aquela Canção Milton Hatoum, Livia Garcia-Roza, Moacyr Scliar ... A Arte de Escrever Bem Dad Squarisi, Arlete Salvador Atlas da Experiência Humana Louise Van Swaaij, Jean Klare Os Axiomas de Zurique Max Gunther A Bola de Neve Alice Schroeder Caminho Suave: Cartilha Branca Alves de Lima O Chefe Ivo Patarra Seu Guia passo a passo: Chicago Gallimard Como Educar Meu Filho? Rosely Sayão Como Não Criar um Filho Perfeito Libby Purves Deu no New York Times Larry Rohter Escrevendo pela Nova Ortografia Instituto Antônio Houaiss 15 Minutos Espanhol Ana Bremón Eu Vou Te Enriquecer

As Dádivas dos Amantes, Carlos Pena Filho

Deu-lhe a mais limpa manhã Que o tempo ousara inventar. Deu-lhe até a palavra lã, E mais não podia dar. Deu-lhe o azul que o céu possuía Deu-lhe o verde da ramagem, Deu-lhe o sol do meio dia E uma colina selvagem. Deu-lhe a lembrança passada E a que ainda estava por vir, Deu-lhe a bruma dissipada Que conseguira reunir. Deu-lhe o exato momento Em que uma rosa floriu Nascida do próprio vento; Ela ainda mais exigiu. Deu-lhe uns restos de luar E um amanhecer violento Que ardia dentro do mar. Deu-lhe o frio esquecimento E mais não podia dar.

Crônicas da M.P.B: Domingo no Parque, Gilberto Gil

Domingo no Parque Gilberto Gil O rei da brincadeira (ê, José) O rei da confusão (ê, João) Um trabalhava na feira (ê, José) Outro na construção (ê, João) A semana passada, no fim da semana João resolveu não brigar No domingo de tarde saiu apressado E não foi pra Ribeira jogar capoeira Não foi pra lá, pra Ribeira, foi namorar O José como sempre no fim da semana Guardou a barraca e sumiu Foi fazer no domingo um passeio no parque Lá perto da Boca do Rio Foi no parque que ele avistou Juliana Foi que ele viu Foi que ele viu Juliana na roda com João Uma rosa e um sorvete na mão Juliana seu sonho, uma ilusão Juliana e o amigo João O espinho da rosa feriu Zé E o sorvete gelou seu coração O sorvete e a rosa (ô, José) A rosa e o sorvete (ô, José) Foi dançando no peito (ô, José) Do José brincalhão (ô, José) O sorvete e a rosa (ô, José) A rosa e o sorvete (ô, José) Oi, girando na mente (ô, José) Do José brincalhão (ô, José)

O que estou lendo?

Sabres e Utopias. M.V Llosa  Sabres e Utopias, visões da América Latina    Mário Vargas Llosa Ed. Objetiva - 2010 420 páginas Num livro imperdível, Vargas Llosa fala como vê a America Latina como um todo e alguns paises isoladamente; aponta o que concorda e o que discorda em alguns dirigentes; frequentemente dá mais ênfase ao Peru, por ser seu pais. Era o esperado. Dá uma aula de sociologia quando fala da viagem que empreendeu ao interior da Bahia, quando ia escrever A Guerra do Fim do Mundo, romance cujo cenário é a Guerra de Canudos. Llosa é didático sem ser cansativo; corajoso e incisivo, jamais panfletário; argumenta com grande coerência as críticas que faz, à imprensa, Fidel Castro, Hugo Chávez, Lula, intelectuais de qualquer tendência ideológica, etc levando o leitor a pensar seriamente antes de refutá-lo. Encantada, porém não surpresa, com  Sabres e Utopias passei a ver Mário Vargas Llosa como uma pessoa de grande caráter. Um intelectual com capacidade de rever conc

Horóscopo poético -Sagitário:22 de novembro a 21 de dezembro

Sagitário Vinícius de Moraes As mulheres sagitarianas São abnegadas e bacanas. Mas não lhe venham com grossuras Nem injustiças ou censuras Porque ela custa mas se esquenta E pode ser muito violenta. Aí, o homem que se cuide... – Também, quem gosta de censura!

El Culpable, Pablo Neruda

Me declaro culpable de no hacer hecho, con estas manos que me dieron, una escoba ` Por qué no hice uma escoba? Por qué me dieron manos? Para qué me sirvieron si sólo vi el rumor del cereal, si sólo tuve oídos para el viento y no recogí el hilo de la escoba, verde aun en la tierra, y no puse a secar los tallos tiernos y no los pude unir en un haz áureo y no junté una caña de madera a la falda amarilla hasta dar uma escoba a los caminos? Así fue: no sé cómo se me pasó la vida sin aprender,sin ver, sin recoger y unir los elementos En esta hora no niego que tuve tiempo, tiempo, pero no tuve manos, y así, cómo podia aspirar com razón a la grandeza si nunca fui capaz de hacer una escoba. una sola, una? (Las Manos Del Día - 1968)

Domingo Cordel

Minhas musas do Olimpo, Peço a vós, inspiração. Iluminem a minha alma, Pra narrar com precisão Uma história muito triste De uma seca que persiste Na caatinga do sertão. Ventos supremos bravios, Varrendo Areia Dourada, Na negra manhã de maio, Com a rua poeirada Essa cidade  Paulista, Areia dourada lista No mapa, bem na beirada. O sol estava por vir, Os galos eram vergados, Sentindo a força dos ventos Uns eram arrebentados. ao som da verde folhagem, Num ritmo muito selvagem, Rangiam, sendo açoitados. (O coronel avarento Josué Gonçalves, Ed. Luseiro)

Carlos Pena Filho em exposição comemorativa

Exposição Carlos Pena Filho Onde: Santander Cultural (Av. Rio Branco, 23, Bairro do Recife) Quando: do dia 18 de novembro até 16 de janeiro de 2011 Hora: a partir das 14h Carlos Pena Filho é considerado um dos maiores poetas de Pernambuco.                                                    Amigos, conheci e recomendo       a exposição. Mesa posta próxima à entrada da exposição - Bom trabalho de pesquisa, muito organizada, espaço agradável e uma forma de concepção (Museu da Língua Portuguesa em SP) de exposição/museu diferente da que estamos acostumados aqui no Recife.

Meus três velhinhos da Revista O Cruzeiro

Rachel de Queiroz para mim  é absolutamente familiar. Evoca meus pais que, leitores assíduos da Revista O Cruzeiro, me despertaram a curiosidade para aquela escritora cuja  foto  PeB era colocada semanalmente na última página da revista mais lida de tempos passados.        Meu pai teria hoje a mesma idade de Rachel e minha mãe estaria com 97 anos. Foram seus leitores  até fora da revista. Mamãe me apresentou  O Quinze e meu pai leu atentamente Memorial de Maria Moura que só comecei a ler agora, muitos anos depois dele.  Dediquei o dia do blog a Raquel de Queiroz e, por tabela, quase sem notar, a Alípio e Maria Emília que me deram carinho e a mania de ler.       A Revista O Cruzeiro foi publicada pela primeira vez em 1928 e acabou em 1975. Até hoje é a revista mais longeva do país. A Veja - que seria sua correspondente na atualidade - ainda precisa de mais três anos de circulação.      Rachel de Queiroz, estreou na Revista O Cruzeiro em 1945 com a crônica que publiquei neste blog

Hoje é dia de Rachel

Questionários Rachel de Queiroz Começou o ano de 1959, estava tardando: lá vem o amigo dos questionários (que se assina J. A. Côrrea, de São Paulo). Êle insiste porque sabe que o êxito é certo, os leitores ficam alvoroçados muita gente se interessa por responder também, ou discutir as respostas dadas. Acho que é coisa da natureza humana isso de gostar de ser interpelado e responder, explicar-se, nem que seja para sofrer. Não fôsse assim, como é que os entrevistados em certos programas de televisão se prestariam a expor-se num verdadeiro pelourinho, respondendo a indagações que, ou são indiscretas, ou são descorteses, ou são capciosas, ou são maldosas - e, invariàvelmente, mesmo quando formuladas por amigos, são perguntas de inimigo? Note-se que não censuro os produtores dos programas. Estão no seu papel de bons repórteres, tratando de tirar o máximo de informação e novidades dos seus entrevistados. O que me admira é a cooperação das “vítimas”. Porque se prestam ao interrogató

Hoje é dia de Rachel de Queiroz:

Louvada Manuel Bandeira  para Rachel de Queiroz Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, minha amiga, Nata e flor do nosso povo. Ninguém tão Brasil quanto ela, Pois que, com ser do Ceará, Tem de todos os Estados, do Rio Grande ao Pará. Tão Brasil: quero dizer Brasil de toda maneira - Brasília, brasiliense, - Brasiliana, brasileira. Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel e, louvada Uma vez, louvo-a de novo. Louvo a sua inteligência, E louvo o seu coração. Qual maior? Sinceramente, Meus amigos, não sei não. Louvo os seus olhos bonitos, Louvo a sua simpatia. Louvo a sua voz nortista, Louvo o seu amor de tia. Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, duas vezes Louvada, e louvo-a de novo. Louvo o seu romance: O Quinze E os outros três; louvo As Três Marias especialmente, Mais minhas que de vocês. Louvo a cronista gostosa. Louvo o seu teatro: Lampião E a nossa Beata Mari

Réquiem Para Rachel de Queiroz, Murilo Melo Filho

Réquiem para Rachel de Queiroz  *       Cearense de Fortaleza, Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910. E morreu no dia 4 de novembro, portanto às vésperas de completar 93 anos. Ao longo destes anos, tão bem vividos, ela foi sempre uma admirável escritora, que ainda há pouco tempo lançou o livro Tantos anos, escrito a quatro mãos com a irmã Maria Luíza. “Sem ela, não haveria livro, que me arrancou à força. Trabalhamos juntas durante quatro anos, ela me perguntando e eu respondendo”, contava a autora de livros consagrados e referenciais, como O Quinze - escrito quando tinha apenas 20 anos, uma obra pronta e acabada, que a consagrou no universo literário do país. Escreveu também Lampião, A beata Maria do Egito, João Miguel, Caminho de pedras, O galo de ouro, Memorial de Maria Moura, Dôra Doralina e As três Marias, seus dois melhores romances. Transparente, coerente e sincera, com a sensibilidade nordestina à flor da pele, Rachel ofereceu-nos sempre uma permanente l

Hoje é dia de Rachel: Telha de Vidro (Poesia)

                                                        Telha de Vidro Rachel de Queiroz Quando a moça da cidade chegou veio morar na fazenda, na casa velha... Tão velha! Quem fez aquela casa foi o bisavô... Deram-lhe para dormir a camarinha, uma alcova sem luzes, tão escura! mergulhada na tristura                                                         de sua treva e de sua única portinha... A moça não disse nada, mas mandou buscar na cidade uma telha de vidro... Queria que ficasse iluminada sua camarinha sem claridade... Agora, o quarto onde ela mora é o quarto mais alegre da fazenda, tão claro que, ao meio dia, aparece uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos, que — coitados — tão velhos só hoje é que conhecem a luz do dia... A luz branca e fria também se mete às vezes pelo clarão da telha milagrosa... Ou alguma estrela audaciosa careteia no espelho onde a moça se penteia. Que linda camarinha! Era tão feia! — Você me disse um d

Hoje é dia de: Rachel - Correspondência

Correspondência Rachel de Queiroz     Chega-se de viagem e o amontoado de correspondência nos espera – parece que está crescendo, ou será ilusão de vista, filha do sentimento de culpa? Êsse problema de cartas, para o pobre escritor brasileiro, é dos mais sérios. Respondê-las tôdas seria impossível. E, por outro lado, não há por cá o hábito de encarregar secretários da nossa correspondência particular; a tendência do correspondente seria ressentir-se, ao receber uma folha de papel formal e datilografada por terceiro, em resposta à sua cartinha espontânea e pessoalíssima. Aliás – começa que nem temos secretários. Pelo que sei, só artistas de rádio se podem, entre nós, dar êsse luxo...     Depois – a maioria esmagadora das cartas que recebemos tratam de assunto que secretário nenhum pode resolver: pois, sem exagêro, 90% dos que nos procuram, o seu fim principal é êste: mandar uma amostra do que escrevem e pedir ao jornalista a quem se dirigem uma palavra de incentivo ou de crític