na mão que faz aurora e faz orvalho
e fez a vida fez o homem e faz verdade.
Tantas vezes a aurora se levanta
expondo as manhãs como crianças
nas peripécias sutis da claridade.
Tantas vezes a vida se acorda
e se joga a fazer a coisa feita
que para colhê-la ao homem bastaria
lançar o coração feito uma rede
a diluir entre nós essa parede
de indiferença erguida a cada dia.
Mas se os dias se vestem destes fatos
dada a colheita de frutos imediatos
tracemos novos rumos sem segredos
que a partir dum crepúsculo universal
igualitários na posse dos brinquedos
sejamos crianças em Noite de Natal.
Imagem: Maud Lewis
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