Um Rato do Campo convidou seu amigo, o Rato da Cidade, para jantar. Só havia ervas e grãos de trigo para comer.
– Sabes, amigo, que levas uma vida de formiga? – perguntou o Rato da Cidade.
– Eu, pelo contrário, tenho bens em abundância. Estão todos à tua disposição. Combinaram então um jantar na cidade. O Rato da Cidade recebeu seu amigo com os mais deliciosos alimentos. Os pratos estavam postos sobre um rico tapete. Foi uma festa. O amigo estava encantado e maldizia a sua sorte. De repente, um homem abriu a porta. Apavorados, nossos ratos correram para dentro das frestas. Passado algum tempo, voltaram devagarinho, para pegar passas de figo. Foi quando uma outra pessoa entrou no quarto. Os dois amigos mal tiveram tempo de se precipitar para dentro de um buraco. Então, o Rato do Campo, esquecendo a fome, decidiu-se:
– Basta! Tu comes do bom e do melhor, mas ao preço de mil sustos. Por mim, vou continuar roendo trigo cru e cevada, mas sem ter que me defender de ninguém. Quando quiseres, vem me visitar. E voltou para casa, dizendo consigo mesmo:
– Pobre do prazer que o menor receio estraga.
Ilustração de: Lisbeth Zwerger
Tradução de: Fernando Lopes de Almeida
Ed.Ática
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