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Enquanto aguardo saber se meu ato resulta em um (novela) ou dois (novela da Globo) crimes, falo um pouco de Lado a Lado.
É bom ver que,
mesmo seguindo alguns clichês, a novela distanciou-se do negro/branco
idealizado das novelas anteriores com a mesma temática.
Os autores foram realistas dando inveja desmedida, oportunismo, falsidade e irresponsabilidade a Berenice e seu companheiro Caniço. Personagens muitíssimo bem interpretados por Sheron Menezzes( linda!) e Marcello Melo Jr. O casal negro citado é tão ruinzinho quanto o que mora no palacete, tem mais poder e é interpretado por Patrícia Pilar (a baronesa) e Wemer Schünemann (o senador).
O sofrimento do Sr.Afonso (Milton Gonçalves), dividido entre o amor e admiração pela filha e o medo de enfrentar as críticas e gracinhas lançadas sobre Isabel (Camila Pitanga) por causa de sua profissão de dançarina, tão natural, tão humano fez o pai rejeitar a filha.
Sofrimento e rejeição independem de cor: o negro Afonso e a branca baronesa, de formas diferentes, fizeram o mesmo. Ele se reconciliou com a Isabel, mas espanta-se vendo uma branca trabalhando numa casa de negros. A baronesa, não mudou de ideia com relação à filha, rejeitada porque se divorciando envergonha a família, mas afeiçoou-se ao neto que é negro.
No Morro da Providência há pobreza, mentira, roubo, falsidade, negros ruins. Há também D.Jurema e Isidoro ( negra e branco) poços de bondade e honradez.
Os autores foram realistas dando inveja desmedida, oportunismo, falsidade e irresponsabilidade a Berenice e seu companheiro Caniço. Personagens muitíssimo bem interpretados por Sheron Menezzes( linda!) e Marcello Melo Jr. O casal negro citado é tão ruinzinho quanto o que mora no palacete, tem mais poder e é interpretado por Patrícia Pilar (a baronesa) e Wemer Schünemann (o senador).
O sofrimento do Sr.Afonso (Milton Gonçalves), dividido entre o amor e admiração pela filha e o medo de enfrentar as críticas e gracinhas lançadas sobre Isabel (Camila Pitanga) por causa de sua profissão de dançarina, tão natural, tão humano fez o pai rejeitar a filha.
Sofrimento e rejeição independem de cor: o negro Afonso e a branca baronesa, de formas diferentes, fizeram o mesmo. Ele se reconciliou com a Isabel, mas espanta-se vendo uma branca trabalhando numa casa de negros. A baronesa, não mudou de ideia com relação à filha, rejeitada porque se divorciando envergonha a família, mas afeiçoou-se ao neto que é negro.
No Morro da Providência há pobreza, mentira, roubo, falsidade, negros ruins. Há também D.Jurema e Isidoro ( negra e branco) poços de bondade e honradez.
Na cidade, há riqueza
e, igualmente, mentira,roubo, falsidade, brancos ruins. Há Edgar e Celinha, brancos ( não há negros
morando fora do morro) dignos.
Ser mau caráter é branco e é negro, é inerente a humano, enfim.
Também é geral, e não estou aqui discutindo certo e errado, o preconceito contra a mulher muito bem colocado na personagem vivida por Marjorie Estiano, posta pra fora do emprego tão logo seus patrões (brancos e religiosos) descobriam seu criminoso estado civil de divorciada.
A negra, Isabel (linda), depois de enriquecer irou brancos e negros e em ambos os lados houve exceção. O negro Zé Maria (Lázaro Ramos, impagável) depois de atos de heroísmo, atrai ira de negros e brancos.
De mim, os autores recebem os parabéns por deixarem os sentimentos bons e maus recaírem sobre as pessoas e não sobre a cor delas e nem por isso insinuarem ou defenderem que o passado brasileiro contra os negros não existiu.
E nós sabemos que o racismo continua, como também o preconceito contra as mulheres.
Gostei de ver as páginas da Revolta da Chibata e da Vacina (esta eu não conhecia) trazidas ao público de TV; agradou também o figurino muito bem cuidado, com aplauso especial aos de Laura, D.Margarida, Isabel e da baronesa; Por fim, quero falar que na terça de carnaval, vi a personagem Laura dizer o livro que está lendo: A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida. Por causa da novela, entendi que a autora é do séc. XIX, mas confesso minha total ignorância sobre ela.
Já que tinha ido ao Google procurar o nome dos atores para por entre parênteses, procurei também sobre a autora do livro e me impressionei com o que li: “ embora no seu tempo de moça não fosse de bom-tom nem do agrado dos pais, uma mulher dedicar-se à literatura.” A gente fala disso noutra ocasião. Se alguém tem o livro A Intrusa ou algum outro de Júlia Lopes de Almeida, peço emprestado prometendo devolução.
Ser mau caráter é branco e é negro, é inerente a humano, enfim.
Também é geral, e não estou aqui discutindo certo e errado, o preconceito contra a mulher muito bem colocado na personagem vivida por Marjorie Estiano, posta pra fora do emprego tão logo seus patrões (brancos e religiosos) descobriam seu criminoso estado civil de divorciada.
A negra, Isabel (linda), depois de enriquecer irou brancos e negros e em ambos os lados houve exceção. O negro Zé Maria (Lázaro Ramos, impagável) depois de atos de heroísmo, atrai ira de negros e brancos.
De mim, os autores recebem os parabéns por deixarem os sentimentos bons e maus recaírem sobre as pessoas e não sobre a cor delas e nem por isso insinuarem ou defenderem que o passado brasileiro contra os negros não existiu.
E nós sabemos que o racismo continua, como também o preconceito contra as mulheres.
Gostei de ver as páginas da Revolta da Chibata e da Vacina (esta eu não conhecia) trazidas ao público de TV; agradou também o figurino muito bem cuidado, com aplauso especial aos de Laura, D.Margarida, Isabel e da baronesa; Por fim, quero falar que na terça de carnaval, vi a personagem Laura dizer o livro que está lendo: A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida. Por causa da novela, entendi que a autora é do séc. XIX, mas confesso minha total ignorância sobre ela.
Já que tinha ido ao Google procurar o nome dos atores para por entre parênteses, procurei também sobre a autora do livro e me impressionei com o que li: “ embora no seu tempo de moça não fosse de bom-tom nem do agrado dos pais, uma mulher dedicar-se à literatura.” A gente fala disso noutra ocasião. Se alguém tem o livro A Intrusa ou algum outro de Júlia Lopes de Almeida, peço emprestado prometendo devolução.
Hoje não tenho
aula. Vai dar pra ver a novela. Será que é de bom tom ver novela na Globo??
Lado a Lado: de Claúdia Lage e João Ximenes exibida pela TV Globo no horário das 19h.
A Intrusa, Júlia Lopes de Almeida ed. Pedra Azul 2016.
Lado a Lado: de Claúdia Lage e João Ximenes exibida pela TV Globo no horário das 19h.
A Intrusa, Júlia Lopes de Almeida ed. Pedra Azul 2016.
Eu não assisto novela e nem gosto de TV. Mas não tenho mente fechada... a novela em questão, me deu vontade, sim. Pelo contexto, figurino e ideologia etc... Já li alguma coisa nas redes sociais, em jornais, revistas e já ouvi maravilhas de quem acompanha também. Ademais, minha mãe que é noveleira de plantão, gosta e recomenda. Vou pegar o bonde andando, mas fiquei curiosa! Um capítulo que seja...
ResponderExcluirBeijos!
Regina, uma delícia ler suas considerações sobre a novela,bem como sobre o fato de acompanhar uma novela o que não vejo,absolutamente, como crime.Depende muita da novela e essa citada tem um contexto histórico bem interessante. Pena que não acompanhei!
ResponderExcluirE quanto ao livro, também desconhecia e posso imaginar o que era a audácia de ser escritora naquela época !
Parabéns pelo texto, gostoso de ler.
Marilda
Olá Marilda,
ResponderExcluirNaquela época as mulheres precisavam esconder-se por tras de um nome masculino pra expor ideias. Hoje ter ideias ainda é meio assustador...
Obrigada por suas palavras. beijo.