Nana, Edouard Manet, Museu D'orsey |
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”
Em: A alma e Outros Poemas, Machado de Assis - Ed. Globo
Nota: este poema foi escrito em 1855, quando o autor tinha apenas 16 anos
Machado de Assis é precioso em todos os estilos, que gênio!
ResponderExcluir:)
Marilda
E ele só tinha 16 anos...
ResponderExcluirBeijo, Marilda.