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Para Acender a Luz, Laércio Lins


De que material é feito a beleza?
Qual o peso da leveza?
De que momento nasceu o tempo? Será que no mesmo lugar onde foi soprado o primeiro vento?
De que pedra preciosa nasceu a alegria? Das larvas de um vulcão? Da água limpa e fria?
Sentimentos bons têm brilho de metal, tem gosto de festa.
Pensamentos não pensados, palavras nunca ditas ou escritas. Será essa a origem da filosofia?
O bem contra o mal, o bom contra o ruim. 1x0 ou empate? Ou será que um alimenta o outro?
De que magia nasce o encanto. A paixão é uma miragem que faz o feio parecer bonito ou é ilusão de ótica?
Será que o medo é parente do grito?
De que é feito o pensamento? De saudade? De lembranças? De ansiedade? De depressão? De senso crítico? De bom senso? Ou de esquecimento?
O poder é forte? Ou se esconde em uma máscara pra não revelar a fraqueza?
Será que o desejo deseja?
Qual a lógica da lógica?
A morte vive de matar a vida.
A esperança que saiu da caixa de Pandora mora agora no ninho da Fênix e acorda todos os dias de manhã.
Eva comeu mesmo a maçã?
Em meio a isso tudo como fica o amor? Na sessão da tarde ou no filme de terror? No beijo de Hollywood ou na novela da TV Globo?
As mães da praça de maio sofrem e sentem saudade de janeiro a janeiro. Deveriam ser mães da praça do ano inteiro.

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