Nós vivemos virtualmente tão grudados que só lembrei do Dia do Amigo quando comecei a receber mensagens. Como ao fim de mais de dois anos fiquei grudada afetivamente a todos e por isso não podia ter esquecido a data, com a ajuda a Oscar Wilde, peço desculpas e abraço vocês jurassicos e novatos do L.E.
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espíritos nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angustias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso só sendo louco.Quero os santos para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril".
Com um beijo,
Regina
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