Pular para o conteúdo principal

Asas da Sabedoria







Asas da SabedoriaLígia Guedes


Conta a lenda que em uma terra nem tão distante assim, vivia o povo mais criativo, feliz e inteligente que possa ter existido entre todos os reinados. Fato este motivado pela escolha de se manter de mãos dadas a inteligência e criatividade, verdadeiras “asas da imaginação”.

Previsto que tais notícias logo chegaram aos reinos distantes onde a priorização da inteligência como única forma de caminhada está a pautar a agenda íntima desses seres onde o orgulho assume as trilhas a serem percorridas.

Consumado, ainda, que foi encaminhado um mensageiro ao reinado criativo, informando que deveriam entregar aos reinos distantes, as preciosas fontes de criatividade que continham a sabedoria deste povo. Tal como anunciado, foi cumpriu o prometido e naquela turva manhã foram recolhidos os preciosos mecanismos de sabedoria viva a razão humana.

Passaram-se séculos e ficou esquecido este criativo povo por se pensar finda a sabedoria em seu reino.

O que nunca se soube, conta a lenda, é se os livros deste sábio e criativo reinado sitiado, literalmente ‘voaram’ mundo afora, ou foram os nobres integrantes desta terra que lhe deram asas. Agora são como anjos que vivem espalhados por toda a parte em que possam estar (praças, ruas, meios de transporte), onde as estantes, bibliotecas, cheias ou vazias, serão apenas como um doce lar a retornar após uma longa e feliz viagem.

São as próprias “Asas da Sabedoria” que os conduzem, literalmente, de mãos em mãos, ininterruptamente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di...

Vamos pensar? (18)

Será que às vezes o melhor não é se deixar molhar?  

Vamos Pensar? (10)