Pular para o conteúdo principal

Nobel de Literatura 2022: Annie Ernaux (França )

    

     Annie Ernaux nasceu em Lillebonne, na França. Estudou na universidade de Rouen e foi professora
do Centre National d’Enseignement par Correspondance por mais de 30 anos. Ela escreveu cerca de 20 livros. Entre seus temas, abordados sempre a partir de sua experiência pessoal, estão a dominação das classes sociais, violência e aborto. Ao contar sua história, ela explora e expõe a vida na França a partir dos anos 1940. Em 2017, Ernaux recebeu o prêmio Marguerite Yourcenar pelo conjunto de sua obra.
     Entre seus livros, publicados no Brasil pela Fósforo, estão O Lugar, Os Anos e O Acontecimento, que são sucesso de crítica e de público. A Vergonha acaba de ser publicado. E na Flip ela lança O Jovem - no romance, ela narra seu envolvimento com um homem 30 anos mais novo do que ela.
     Annie Ernaux é a décima sétima mulher a ganhar o Nobel de Literatura desde seu começo em 1901.
A primeira ganhadora foi Selma Lagerlof, da Suécia em 1909 e a última foi Luoise Guck dos Estados Unidos em 2020.

Veja aqui todas as mulheres agraciadas com o Prêmio Nobel de Literatura.


Livros de  Annie Ernaux disponíveis em português: 

O Acontecimento
O Lugar
Os Anos
A Vergonha

Fontes: O Estadão e The Guardian

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.