Pular para o conteúdo principal

10 Livros de Tirar o Fôlego, Mariana Felipe da Revista Bula




    Kemal, descendente de uma família rica e tradicional, está prestes a se casar com Sibel, uma mulher inteligente e refinada. Na Turquia dos anos 1970, eles representam um casal moderno, que se arrisca a fazer sexo antes do casamento. A vida de Kemal parece completa em todos os aspectos. Mas, ao reencontrar-se com Füsun, uma prima distante de dezoito anos que trabalha como vendedora, toda a sua estabilidade colapsa. Ele passa a ter encontros sexuais frequentes com a jovem, embora não considere romper o noivado com Sibel. À medida que o casamento se aproxima, a pressão sobre Kemal aumenta. A partir dessa história de obsessão amorosa, Pamuk desenha um panorama social e cultural da Turquia.





     O Mundo Pós Aniversário,Lionel Shriver

    Aborda o relacionamento aparentemente sólido de um casal de americanos que mora em Londres. Lawrence é um disciplinado pesquisador de um instituto de estudos estratégicos, um homem sério e muito culto. Irina é uma acomodada ilustradora de livros infantis que se depara com uma vontade incontrolável de beijar outro homem: Ramsey, um velho amigo do casal e um dos jogadores de sinuca mais famosos da Inglaterra. A partir desse único beijo, a autora escreve duas histórias para oferecer ao leitor desdobramentos diferentes do futuro e explora as consequências e as motivações mais íntimas da escolha de Irina.







     A Estrada, Cormac McCarthy

   Num futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. As cidades foram transformadas em ruínas e pó, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis. Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Entre eles, um homem e seu filho, que não possuem praticamente nada, buscam a salvação e tentam fugir do frio, sem saber, no entanto, o que encontrarão no final da viagem. Essa jornada é a única coisa que pode mantê-los unidos e lhes dar esperança para continuar vivendo. Com “A Estrada”, Cormac McCarthy ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção 2007.









     Dias de Abandono, Elena Ferrante

   Mario e Olga vivem uma relação de 15 anos, com altos e baixos de um casamento normal, sem nada que justifique um término abrupto. Mas, de repente, Olga é abandonada por Mario. Presa ao cotidiano estilhaçado com dois filhos, um cachorro e nenhum emprego, Olga relembra os momentos críticos do passado com Mario e se dá conta de que foi humilhada e enganada. Em um mergulho existencial, com raiva da justificativa mentirosa do marido ao tê-la deixado, ela procura novos sentidos para a sua vida. Assinado pela autora cuja verdadeira identidade é mantida em segredo, “Dias de Abandono” colocou Elena Ferrante no panteão dos maiores autores da literatura atual.




     Morreste-me, José Luis Peixoto

   Morreste-me” foi a obra que revelou o escritor português José Luís Peixoto. Em 66 páginas, Peixoto relata a morte do seu pai após um sofrido tratamento de saúde, o processo de luto e a experiência de voltar à casa onde viveu durante a infância, que agora está vazia. Sem o pai, a casa mergulha em um constante inverno, independente do passar dos dias: “Regressei hoje a esta terra agora cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse. Diante de mim, as ruas varridas, o sol enegrecido de luz a limpar as casas, a branquear a cal; e o tempo entristecido, o tempo parado”. Peixoto se sente envolto pela morte e apenas as lembranças do pai ajudam a aliviar o presente.






     Desonra,J.M Coetze

     História de David Lurie, um professor de literatura que não sente prazer em dar aulas, mas é um pesquisador renomado e acaba se acostumando com seu emprego na Universidade da Cidade do Cabo. Lurie não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo ciente do perigo, ele se envolve sexualmente com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural de Lucy, sua única filha. No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid.





     Meridiano de Sangue, Cormac McCarthy

     Com base nos acontecimentos históricos ocorridos na fronteira entre os EUA e o México no século 19, Cormac McCarthy reinventa a mitologia do Oeste americano. A história acompanha um garoto sem nome, conhecido apenas como “kid”, que é forçado a deixar o lar ainda na infância. Para sobreviver, ele ingressa na gangue brutal do capitão John Glanton, uma companhia de mercenários que, a mando dos governantes locais, atravessa o deserto com a missão de matar o maior número possível de índios e trazer de volta seus escalpos. Glanton é acompanhado pelo juiz Holden, um personagem sem escrúpulos que nunca dorme e anota em um caderno todas as suas observações cruéis.






     Vida e Destino,Vassili Grossman

   O autor, que esteve no campo de batalha e acompanhou os soldados russos em Stalingrado, constrói um retrato da Rússia soviética, com foco nos anos da Segunda Guerra Mundial. Intercalando um petrificante relato da batalha de Stalingrado com a história de uma família de classe média, dispersa pelas forças do destino entre a Alemanha e a Sibéria; o autor cria uma intrincada trama que retrata um tempo de horror quase inimaginável, mas também de esperança, apesar de tudo. Confiscado pela KGB, o livro permaneceu inédito até a metade dos anos 1980. Uma vez redescoberto, foi alçado a um dos romances mais importantes do século 20.





     A Pele,Curzio Malaporte

    Tendo como cenário as ruas miseráveis de uma Nápoles em ruínas, após a expulsão dos alemães nazistas pelo Exército Americano, o livro acompanha as observações do Capitão Malaparte, responsável por fazer a ligação entre os italianos antifascistas e o exército aliado. O ano é 1943, a cidade está um caos, a prostituição é desenfreada e o cheiro de morte se espalha por todos os lugares. Para sobreviver, as pessoas são capazes de tudo, inclusive vender os próprios filhos. Todo o desastre é supervisionado por soldados americanos que, na sua ingenuidade, não sabem exatamente o que estão fazendo ali. Misturando realidade e ficção, o autor registra os grandes horrores deixados pela Segunda Guerra Mundial.




     A Morte de Ivan Illitich, Leon Tolstói

   Nesta novela, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, após alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, ele passa a refletir sobre o sentido de sua existência e percebe que poucos momentos que viveu realmente tiveram significado e que seu desempenho durante a vida foi superficial, tanto no trabalho quanto nas relações sociais. Preso ao leito, diante da morte iminente, o juiz tem a oportunidade de meditar sobre sua vida, algo que as preocupações corriqueiras o impediram de fazer antes. Ivan Ilitch quer morrer para dar um fim à dor, mas seu instinto de sobrevivência insiste em fazê-lo lutar pela sua vida.

Comentários

  1. Gosto muito de ler livros mas esses ainda não li nenhum vou anota para comprar assim que eu encontra irei compra obrigada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia Natália. Não li todas as sugestões da jornalista Mariana, mas gostei do que li. Abraço.

      Excluir

Postar um comentário

comentários ofensivos/ vocabulário de baixo calão/ propagandas não são aprovados.

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Aprenda a Chamar a Polícia, Luis Fernando Veríssimo

          Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.                   Como minha casa era muito segura, com  grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali,espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram- me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.            Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: - Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guard