Ficou um ano em Rio Pardo. refez seu guarda-roupa. Comia bem, para esquecer-se da revolução; engordou onze quilos. De Montevidéu encomendou o material fotográfico francês, e trabalhava para quem lhe pagasse. Montou estúdio numa dependência alugada à casa canônica. Muitos notaram que ele percorria todas as tardes o caminho que ligava ao bordel. O vigário indignou-se quando soube desses hábitos de seu inquilino, mandou-o porta afora. Procurou outro lugar, mas nenhum lhe pareceu bom. Foi a dona Moça quem lhe disse: - Fosse eu, voltava para Porto Alegre - Lá não me querem. Ela então mandou saber algo pela irmã. A informação foi simples: com tantas preocupações políticas e revolucionárias, a cidade havia esquecido Sandro Lanari. Deveria confiar: a mana Antônia era prática nesses assuntos de sociedade e malquerenças. Assim, em poucos dias ele estava em Porto Alegre, e de novo na Pensão Itália, no mesmo quarto de antes.