A Quatro Mãos, Texto e Ilustrações de Marilda Castanha.Ed.Cias das Letrinhas. Idade: a partir de 3 anos
Partindo
das mãos, e de seus variados empregos na língua portuguesa, Marilda
Castanha constrói uma preciosa história sobre a passagem do tempo, as
perdas e as pessoas que nos ajudam a crescer e a construir nossas vidas.
Precisamos de mãos para nos afagar, nos dar asas, nos sinalizar que não
podemos, nos acenar, nos apoiar. Ao mesmo tempo em que trata da linha
da vida, contida na palma da mão, a autora vai mostrando como essa parte
do corpo humano gerou tantas expressões: de mão cheia, via de mão
única, de mãos dadas, não abre mão, mãos de ferro...
O Passeio. Texto de Pablo Lugones Ilustrações de Alexandre Rampazo.Ed.Gato Leitor. Idade: a partir de 3 anos
Preparada,
filha?” A menina mal responde e sai voando na bicicleta. Desta página
em diante, o leitor percorrerá um longo passeio pelo tempo, acompanhando
pai e filha em suas pedaladas. Lado a lado, eles envelhecem abrindo
caminho para as descobertas. Um dia, porém, anoitece e não vemos mais o
pai idoso ao lado da filha adulta. Nunca se está preparado para isso.
Mas o passeio não pode acabar. É hora de empurrar a bicicleta de outra
criança.
Lina e o Balão,Texto Komako Sakai Ilustrações: Lucia Hiratsuka,Ed.Pequena Zahar. Idade: a partir de 3 anos
Durante
um passeio, Lina ganha um balão amarelo. Mas ele não é um simples balão
amarelo para ela: é seu amigo. Vão brincar juntos, comer juntos, dormir
juntos. O problema é que essa amizade é, por assim dizer, frágil, e um
vento leva seu novo amigo para o alto de uma árvore. A menininha fica
muito triste com essa possibilidade de perda e vai precisar confiar na
sua mãe para tentar manter esse laço de amizade. As crianças bem
pequenas vão entender a dimensão desse sentimento e a família toda
ficará encantada com os traços delicados da autora japonesa Komako
Sakai.
O Sol Se Põe na Tinturaria Yamada, Texto de Claudio Fragata, Ilustrações de Raquel Matsushita. Ed. Pulo do gato. Idade: a partir de 6 anos
Sentado
à porta da tinturaria, o senhor Yamada tenta relembrar a cantiga que
entoava com os irmãos quando era apenas um menino, em Kyoto. O sol
aquece suas lembranças, ele fecha os olhos e repete os versos até
recuperá-los dos esconderijos do tempo. Então, chama o neto Hiro e o
ensina até ter certeza de que aquela canção não ficará para sempre
perdida. “‘Voem até o céu’, aconselhou-lhes a cegonha. ‘Lá estarão
livres de todos os perigos’”, ele repete o último verso e tomba a cabeça
sobre o peito. Ele voa, mas o legado cultural de sua família viverá.
O caminhão, Texto e Ilustrações de Lúcia Hiratsuka, Ed.Cortez idade: a partir de 3 anos
Falta
muito? Quem nunca se deparou com essa pergunta em uma viagem com
crianças ou na espera de uma data comemorativa como o Natal? Neste
livro, a autora Lúcia Hiratsuka aproveita-se desta ansiedade infantil e
de como o tempo para os pequenos passa de forma diferente e cria a
expectativa em torno de um caminhão que está para vir e nunca chega. A
menina conta as luas, os sóis, questiona os parentes se o caminhão está
realmente vindo, prepara a roupa e, finalmente, o grande dia surge. Mas
uma chuva pode pôr tudo a perder. O que será que ela aguarda com tanta
inquietação? Acompanhe nesta deliciosa viagem, ainda comum pelo interior
do país.
A Mulher Que Matou os Peixes, Texto Clarice Lispector, Ilustrações de Mariana Valente. Ed.Rocco Idade: a partir e 5 anos
Nesta
edição caprichada, a história escrita por Clarice Lispector em 1968
ganha colagens meio surreais de sua neta Mariana Valente, compondo uma
narrativa visual interessante. Combina bem com esse jeito sincero de
Clarice escrever para as crianças, que emenda um assunto no outro sem
parar, às vezes, sem link, típico da infância. Para explicar por que
matou os peixes, ela dá uma volta enorme, passa pela vida e morte de
diversos animais, só para deixar claro que gosta de bichos e que o crime
não foi premeditado. No fim, além de um texto que prende o leitor e
flui deliciosamente, a autora acaba tratando de vida e morte de um jeito
que tudo parece uma sucessão natural de acontecimentos do ciclo da
vida.
A Ilha do Vovô, Texto e Ilustrações de Benji Davies, Ed.Salamandra.Idade:a partir de 4 anos.
Um
dia, o avô de Syd o convida a conhecer o sótão. Em meio a objetos
antigos, recolhidos em viagens, há uma porta que abre para um mundo de
fantasia. Syd e o avô não estão mais em casa, mas em um navio a caminho
da ilha do vovô. Lá, eles brincam e vivem momentos muito felizes até que
é chegada a hora de voltar. Mas o idoso não vai sair daquele paraíso.
Este é um caminho que o menino precisa fazer sozinho. É com essa
metáfora que o livro fala sutilmente sobre morte e perda. E as
ilustrações trazem um interessante jogo de encontrar os objetos do sótão
ganhando vida na ilha.
Com Quantos Pingos Se Faz Uma Chuva? Texto de Maria Amália Camargo, Ilustrações de Ionit Zilberman, Ed. Ôze. Idade: a partir de 4 anos
O
livro começa com uma brincadeira de chacoalhar para fazer chover
perguntas. E elas aparecem, aos montes, uma mais intrigante que a outra:
Quem usa gravata fica com nó na garganta? É preciso ser muito forte
para levantar uma questão? Se é verdade que mentira tem perna curta,
então a gente pode confiar mais nos pernilongos do que nos cachorros
salsichas? O bigode é a sobrancelha da boca? As crianças vão passar
bastante tempo pensando em respostas tão malucas quanto essas perguntas.
E se prepare para a chuva de dúvidas, risos e fantasia na cabeça da
família inteira.
O Mundo Seria Mais Legal, Texto e ilustrações de Marcelo Tolentino, Ed.Cia das Letrinhas, idade: a partir de 3 anos
Já
pensou se fosse a Chapeuzinho que engolisse o Lobo Mau? Ou se a gente
secasse no varal? É com propostas malucas como essas que o autor,
Marcelo Tolentino, tenta criar um mundo mais legal, onde remédio de
gripe é picolé e skate não é individual. Em forma de rimas e com
ilustrações um tanto surrealistas, o livro convida o leitor a pensar em
outras formas de deixar o dia a dia mais divertido.
No Sótão, Texto de Hiawyn Oram Ilustrações de Satosi Kitamura. Ed. Pequena Zahar. Idade: a partir de 3 anos.
Às
vezes, tudo que a gente precisa é de um pouco de espaço para deixar a
imaginação fazer seu trabalho. O menino deste livro tinha muitos
brinquedos espalhados pela casa, mas não conseguia se divertir. Até que
um dia ele subiu no sótão, que estava praticamente vazio, e começou a
preencher de aventuras sua vida entediante. Que mágica tinha aquele
sótão? O tipo de mágica que nossos filhos precisam: espaço livre, tempo
ocioso, uma agenda sem cobranças e nenhuma proposta de brincadeira
óbvia.
Andar Por Aí, Texto de Isabel Minhós , Ilustrações de Madalena Matoso Ed.34 Idade: a partir de 4 anos
Um
convite para sair de casa e andar por aí, inventando 1 milhão de
aventuras e perigos. É assim este livro: o menino sempre aceita o
convite do avô para passear, mesmo que vá uns passos atrás. É como eles
gostam de andar. O avô na frente, falando com as pessoas, e ele atrás,
atravessando pontes prestes a cair, escondendo-se de um tigre, pisando
só em pedras brancas, contando ônibus, remando sua jangada... Coisas que
só ter tempo disponível e sair para a rua podem proporcionar.
O
polvinho era esquentado. Ninguém podia rir dele quando se atrapalhava
com os oito tentáculos e já se metia em confusão. Mas lá estava sua mãe,
para tirá-lo da briga e dos perigos e ensiná-lo a usar a tinta negra,
que é a arma de defesa desses animais. O menino, porém, não tinha
maturidade e a usou para brincar e importunar outros seres marinhos. Até
a hora em que um predador chega e ele se vê sozinho para resolver o
problema. No fim, o polvinho acaba fazendo uma descoberta que transforma
a vida no fundo do mar.
Duas Casas, Texto de Roseana Murray, Ilustrações de Elvira Vigna, Ed.Abaccate. Idade: a partir de 5 anos.
A separação dos pais é tratada de forma delicada e poética neste livro, que usa como gancho existência de duas casas para sugerir o fim da relação e a divisão da família. Enquanto uma tem amor e brincadeiras, a outra tem apenas fotos e ausências. Mas, observando bem, as duas até que têm coisas em comum... Existe um jeito de amarrar os dois lares?
A Volta dos Gizes de Cera, Texto de Drew Daywalt, Ilustrações: Oliver Jeffers, Ed.Salamandra, Idade: a partir de 4 anos.
A Volta dos Gizes de Cera, Texto de Drew Daywalt, Ilustrações: Oliver Jeffers, Ed.Salamandra, Idade: a partir de 4 anos.
Se
no primeiro livro os gizes de cera se revoltaram, no segundo tudo o que
alguns querem é voltar a ser usados. Desta vez, Diego recebe uma pilha
de cartões-postais de seus amigos injustiçados. O bordô, por exemplo,
foi esquecido no sofá há dois anos e acabou quebrado. O vermelho-neon
foi largado em um hotel e só quer voltar para casa. O amarelo e o
laranja, que brigaram no primeiro volume, derreteram no sol e se
grudaram. O giz que brilha no escuro está sozinho no porão e com medo
dos monstros que ajudou a desenhar. Diego vai arranjar um jeito de
agradar a todos os gizes que ele esqueceu, perdeu ou desprezou ao longo
do tempo nessa narrativa cheia de humor.
De Flor Em Flor, Texto de JonArno Lawson, Ilustrações de Sydney Smith, Ed.Cia das Letrinhas. Idade: a partir de 4 anos.
Na
cidade cinza e de pessoas apressadas, a menina de capuz vermelho parece
ser a única a enxergar as flores coloridas. Ela colhe as plantas, sente
seu perfume e seu entorno ganha cor. Mas tão singela beleza não pode
ficar contida apenas em suas mãos. Gentilmente, a garota sai
distribuindo flores de presente. O pequeno gesto vai colorindo tudo,
sensibilizando todos e transformando o mundo à sua
volta. Uma prova do
poder do afeto e da gentileza vem sintetizada neste livro-imagem.
Com Que Roupa Irei Para a Festa do Rei?, Texto de Tino Freitas, Ilustrações de Ionit Zilberman. Ed. do Brasil. Idade: a partir de 4 anos
A
resposta ao título do livro é a grande questão desta obra: de que rei
estamos falando? Tudo o que o leitor fica sabendo no começo é que um rei
iria dar um baile a fantasia e ele próprio se fantasiaria como outro
monarca. E quem adivinhasse sua roupa, e fosse vestido igual, ganharia
livros como prêmio. Todos os animais fizeram suas apostas e cada um foi
vestido de acordo com um rei: Momo, rei da selva, do rock, do futebol,
do baião... Qual deles vai acertar? Para desvendar este mistério, basta
lembrar do conto A Roupa Nova do Rei, de Hans Christian Andersen.
Há
muito tempo, os reinos esperam a vinda de um unicórnio para pôr fim às
guerras, à fome e às doenças. O rei que o montasse teria prosperidade. E
parece que é chegada a hora de a profecia se cumprir. Na primeira
página, o leitor se depara com um cavalo branco de chifre dourado. O
povoado mais próximo prepara uma festa... Mas aonde esse cavalo vai?
Espere por um final bem-humorado, em que o texto conta uma narrativa e
as ilustrações outra. Só não tenha pressa de chegar até lá com as
crianças. Ao longo das páginas, há imagens familiares e colagens, uma
brincadeira do autor ao se apropriar de elementos de pinturas famosas.
No fim, ele revela quais obras utilizou para que essa seja a “ponte para
outras histórias” – tem Tarsila do Amaral, Hieronymus Bosch, Sandro
Botticelli...
Rosa, Texto e Ilustrações de Odilon Moraes. Ed. Olho de Vidro. Idade: a partir de 5 anos.
Um
livro de muitas leituras, muitas camadas, de muita margem para
interpretações. Assim é Rosa, uma obra que conta uma história com o
texto e diz outra com as ilustrações. Passado e presente. É preciso
voltar ao começo para entender as duas leituras independentes, e voltar
muitas vezes para perceber as nuances dessa obra tão linda e profunda,
que começou a ser pensada em 2005, quando Odilon Moraes virou pai.
Portanto, é um título que celebra essa relação, de ser filho, de virar
pai. Mas também homenageia Guimarães Rosa, e sua obra-prima A Terceira
Margem do Rio, em que um homem larga sua família para viver em uma canoa
no meio do rio. No livro de Odilon, porém, o personagem tem a coragem
que o de Guimarães não teve para subir na canoa e ir atrás do genitor,
rio abaixo, rio afora, rio adentro.
Histórias de Willy, Texto e Ilustrações de Anthony Browne.Ed.Pequena Zahar. Idade: 5 anos
Era
uma porta mágica. Toda vez que o menino-macaco a atravessava, caía em
uma aventura de tirar o fôlego. Certa vez, apareceu em uma casa que foi
levada por um tornado e aterrissou em um local com uma estrada de
tijolos amarelos. Em outra, lutou contra um pirata que tinha um gancho
no lugar de uma das mãos. Que mistério tinha aquela porta? Esta obra
mostra o poder da literatura e instiga as crianças a procurar as
histórias clássicas que o personagem começa a contar e não termina. Além
disso, incita a descobrir em cada ilustração onde estão escondidos os
livros – às vezes é um coqueiro de exemplares, em outra, eles são a
parede de uma igreja.
Direitos do Pequeno Leitor, Texto de Patrícia Auerbach, Ilustrações de Odilon Moraes. Ed.Cia das Letrinhas. Idade: a partir de 3 anos
Direitos do Pequeno Leitor, Texto de Patrícia Auerbach, Ilustrações de Odilon Moraes. Ed.Cia das Letrinhas. Idade: a partir de 3 anos
Um
livro é um grito de liberdade. Assim, todo pequeno leitor precisa saber
que pode tudo com a leitura. Desde se imaginar como o herói de uma
história, fazer amigos imaginários e ler onde e como quiser. Esse é o
manifesto que Patricia Auerbach fez para as crianças neste livro,
inspirado na obra Como um Romance, em que Daniel Pennac encoraja os
leitores a transgredirem a leitura, pulando páginas ou até abandonando
livros antes do fim. E que Odilon Moraes ilustra com elementos de outras
histórias infantis, como Alice no País das Maravilhas e Onde Vivem os
Monstros.\
Use a Imaginação, Texto e ilustrações de Nicola O'Byrne, Ed. Brinque-book. Idade: a partir de 3 anos
Para
acabar com o tédio do coelho, o lobo propõe que eles usem a imaginação e
inventem uma história. O coelho pensa em naves espaciais, explosões,
bananas, mas o lobo dá um jeito de conduzir a história para um conto de
fadas muito conhecido, em que o vilão é ninguém menos que o próprio
lobo. O ingênuo coelho vai cedendo às induções do outro e, quando se dá
conta, está fugindo feito louco. Mas de tolo ele não tem nada e vai usar
a imaginação para essa história terminar com um final feliz.
Muito Cansado e Bem Acordado, Texto e Ilustrações de Susane Strasser.Ed.Cia das letrinhas. Idade: a partir de 2 anos.
Como
é a hora de dormir na sua casa? Crianças extremamente cansadas, mas
muito acordadas? É exatamente assim neste livro, em que toda hora um
animal acorda, lembra que precisa fazer alguma coisa e se levanta. A
foca vai ao banheiro, o jacaré precisa escovar os dentes, o pelicano
está com sede... Se este é um problema comum na sua casa, você e seus
filhos vão rir com essa leitura – e com a solução que leva todo mundo de
volta para a cama.
Deu Zebra no ABC, texto e Ilustrações de Fernando Vilela. Ed. Pulo do gato. Idade: a partir de 3 anos.
Lembra
de como era jogar stop? Pois o autor Fernando Vilela usou da mesma
lógica para criar um livro que brinca com o leitor. A cada página, um
animal de uma letra do alfabeto é apresentado, sempre ligado ao
anterior, e ele só pode praticar ações que comecem com sua própria letra
– a menos que seja impossível. Assim, o hipopótamo hipnotiza a iguana,
que imita a boca do jacaré, que joga seu rabo no koala... Nessa
brincadeira, que não acaba muito bem, Vilela consegue desenhar mais de
90 bichos – que vocês podem tentar adivinhar antes de consultar a última
página.
Adelaide, A Canguru Voadora, Texto e ilustrações de Tomi Ungerer. Ed.Aletria Idade: a partir de 4 anos.
Adelaide
nasceu com asas. Onde já se viu canguru nascer assim? Um dia, se
despediu dos pais, bateu asas e voou pelo mundo, numa busca por
autoconhecimento. Em Paris, ela decidiu permanecer por mais tempo e
acabou virando celebridade de um teatro de variedades. Ela estava feliz,
mas queria conhecer alguém igual a ela. Até que, um dia, ela salva duas
crianças de um prédio em chamas e descobre que as diferenças é que
fazem as pessoas se tornarem únicas.
A Casa do Cuco, Texto e ilustrações de Alexandre Camanho, Ed. Pulo do gato. Idade: a partir de 5 anos.
Quem
diria que o relógio cuco ganharia uma lenda tão saborosa? Nesta
história de Alexandre Camanho, o pássaro era o responsável por avisar os
animais dos perigos da floresta, e vivia atrapalhando os planos de uma
bruxa que gostava de saboreá-los. Certa vez, desafiou a inteligência
dessa feiticeira a ponto de ela bolar uma artimanha para prendê-lo para
sempre nesta casinha de madeira. O plano, no entanto, não saiu como o
esperado. Mesmo aprisionado, o cuco nunca deixou de alertar sobre os
perigos e mistérios do mundo.
Assopre, Ponha o Curativo e Sarou! Texto de Bern Penners, Ilustrações de Henning Lohlin, Ed. Brinque-book, idade: 0 anos.
Sabe
quando a gente dá um beijinho para sarar? É mais ou menos isso o que
este livro faz. Mas o leitor, aqui, precisa interagir colando os
curativos nos animais machucados – o macaco bateu a testa, a ovelha
arranhou a barriga e o cachorro torceu a pata, por exemplo. E não basta
grudar o adesivo, é preciso doar também uma dose de afeto, pois para
cada machucado há o pedido de assoprar e dar um beijo. Por ser
cartonado, o livro permite a brincadeira de colar e descolar, sem medo
de amassar.
Quem
inventou que saia é roupa feminina e gravata é acessório masculino? E
se um menino quiser fazer da saia uma capa de super-herói? E uma menina
usar a gravata para fazer uma faixa na cabeça? Quem foi que disse que
roupa tem de ser dividida por gênero? Certamente, essa pessoa estava
inventando uma grande bobagem. É o que questiona esse livro, em que dois
coelhinhos vão trocando de roupas sem se importar com regras e
transformam o momento em uma grande diversão.
Super, Texto e ilustrações de Jean-Claude Alphen, Ed. Pulo do gato. Idade: a partir de 3 anos
O
pai e a mãe saíam cedo para trabalhar e voltavam à noite. Mas a mãe
ainda levava e buscava o filho na escola, ia às reuniões de pais,
almoçava com ele, dava banho e lia uma história antes de dormir.
Curiosamente, era o pai que vestia uma fantasia de super-herói aos
olhos do menino. Para a mãe, sobrava o papel de supercansada. Um dia,
porém, o pai deixou de ir ao trabalho e assumiu as tarefas domésticas da
mãe – que fazia tudo isso e ainda trabalhava fora. Foi só então que o
menino entendeu que sua mãe era, na verdade, uma super-heroína.
Qual
é o lápis cor da pele? Por muito tempo, a cor salmão (ou semelhante)
foi chamada assim, desrespeitando todas as outras cores possíveis de
pele. Ainda bem que essa associação já vem sendo desconstruída há alguns
anos. E que satisfação é ver Alexandre Rampazo nos presentear com a
história de Coraline e Pedrinho. Quando o amigo pede emprestado o lápis
cor da pele, ela não sabe qual deles entregar. Seria verde do mesmo tom
que os marcianos? Ou vermelho de vergonha? Uma narrativa para acabar de
vez com nomenclaturas herdadas e preconceito.
O Caminho de Marwan, Texto de Patricia Arias, Ilustração de Laur Borraz, Ed. Tiroleca, idade: a partir de 4 anos.
Pelos
passos de Marwan, o leitor acompanha a saga de milhões de pessoas
forçadas a migrar quando “a noite se faz mais fria, mais escura, mais
profunda”, diz o menino, referindo-se à chegada dos tanques de guerra.
Marwan é pequeno, mas dá passos grandes cruzando o deserto rumo à
fronteira, acompanhando uma multidão de refugiados. Na bagagem, um livro
de orações, a roupa remendada e a foto da mãe. No coração, uma casa
feliz, onde o sol brilhava, e a vontade de um dia poder voltar e plantar
um jardim de flores e esperança.
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