Por intermédio de Suzie Cafruni, conheci Atado de Ervas de Ana Mariano. A autora gaucha,em seu romance de estreia, contou a saga de umas familias que viviam no Rio Grande do Sul, alí na fronteira com o Paraguai. A autora romanceia a realidade dos estancieiros que dependem da natureza por que dela dependem as safras, as criações, os casamentos. Getúlio Vargas entra na narração, como assunto de discussão entre os moradores de São Borja, alguns criticando o povo por aceitar um ditador, outros indiferentes por acharem que não haveria mudança em suas vidas com a vitória ou derrota de Vargas. As vidas narradas pela autora não apresentam nada de especial. O rádio era o único veículo de comunicação e logicamente, quem dava os assuntos das conversas. São
nascimentos com suas expectativas naturais, casamentos desejados e não acontecidos outros acontecidos por solidão, outros bem sucedidos, amor homossexual num tempo em que nem se cogitava sobre o assunto, jovens iniciando-se em tudo, mulheres sem opção de vida, outras mulheres determinando seus próprios caminhos... Como disse, nada excepcional. Uma história universal e simples e é justamente na
simplicidade que está o banho que a autora dá. Ana Mariana põe lirismo, bom humor, realismo e capricho no simples. Está aí a diferença. A narração é absolutamente cativante. Dar diferencial ao simples é para poucos talentosos. Ponto para Ana Mariano. Se alguém leu e não gostou, atire a primeira pedra.
Ana Mariano
L&PM
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