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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Um Instante,Ferreira Gullar

Aqui me tenho como não me conheço nem me quis sem começo nem fim * aqui me tenho sem mim * nada lembro nem sei * à luz presente sou apenas um bicho transparente.

Flores para Moacyr

Não vou postar nada sobre Moacyr Sclia r, recentemente falecido. Toda a imprensa vai fazer isso muito melhor que eu. Datas, obras, tudo pode ser encontrado a um clic da mão de qualquer pessoa. Venho aqui apenas pra dizer de minha tristeza. Tinha enorme carinho pelo gaucho que conheci em crônicas da Folha de São Paulo e depois pelo livro O Texto, ou: A Vida emprestado por outro gaucho. Moacyr Scliar me passava a ideia de uma pessoa generosa e que gostava de procurar pelo começo das coisas. Parecia ter tomado para si, na vida, alguns procedimentos da medicina. O buscar dos porquês. Não nego que pode parecer infantil  mas além de gostar do escritor, gostava da pessoa pelo que me parecia ser o Moacyr. Então escolhi flores para me despedir dele. Girassóis, minha flor predileta porque busca naturalmente a luz e, generosa, transmite beleza e energia.  Obrigada, carequinha. Meus girassóis pra você. Regina

Crônicas da M.P.B:Noite dos mascarados

Noite dos Mascarados Chico Buarque Quem é você? - Adivinha se gosta de mim! Hoje os dois mascarados Procuram os seus namorados Perguntando assim: - Quem é você, diga logo... - Que eu quero saber o seu jogo... - Que eu quero morrer no seu bloco... - Que eu quero me arder no seu fogo. - Eu sou seresteiro, poeta e cantor. - O meu tempo inteiro, só zombo do amor. - Eu tenho um pandeiro. - Só quero um violão! - Eu nado em dinheiro. - Não tenho um tostão... Fui porta-estandarte, não sei mais dançar... - Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar. - Eu sou tão menina... - Meu tempo passou... - Eu sou Colombina! - Eu sou Pierrô! Mas é Carnaval! Não me diga mais quem é você! Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, Deixa o dia raiar que hoje eu sou Da maneira que você me quer. O que você pedir eu lhe dou, Seja você quem for, seja o que Deus quiser! Seja você quem for, seja o que Deus quiser

Onde fica Pasárgada?

Tumba do Rei Ciro II Mapa da Pérsia com destaque para Pasárgada e Persépolis Pasárgada era uma cidade da antiga Pérsia onde hoje é Irã. Fica na província de Fars,próximo de Persépolis. Trata-se, na atualidade, de um sítio arqueológico tombado pela UNESCO em 2004. O rei, a quem Manuel Bandeira se refere no famoso poema, era Ciro II. No tempo dele, Pasárgada era a primeira capital da Pérsia. Como a Pérsia era um reino muito vasto, além de Pasárgada havia outras capitais: Persépolis, Ecbátana, Susa ou Sardes. Pasárgada ficou inacabada porque Ciro II morreu durante sua construção. Mesmo assim manteve-se  como capital do reino, até  que Dario, assumindo o poder, fez a mudança para Persépolis. O nome Pasárgada, tal como conhecemos hoje, vem  provavelmente do grego. Ruínas de Pasárgada Mapa do Irã (antiga Pérsia) as ruínas ficam nas proximidades de Shiraz.

Horóscopo de Vinícius de Moraes: Peixes

Mulher de Peixe... peixe é Em águas paradas não dá pé Porque desliza como a enguia Sempre que entra numa fria. Na superfície é sinhazinha E festiva como a sardinha Mas quando fisga um namorado Ele está frito, escabechado. É uma mulher tão envolvente Que na questão do Paraiso Há quem suspeite seriamente Que ela era a mulher e a serpente. Seu Id: aparentar juízo Seu Ego: a omissão, o orgulho Sua pedra astral: a ametista Seu bem: nunca ser BAGULHO ( a melhor!!!) Sua cor: o amarelo brilhante Seu fim: dar sempre na vista.

Natal, Menoti del Picchia

      Já o burburinho ruma para a manjedoura. A estrela –seria, este ano, aquele enigmático cometa com nome japonês? - fulge no céu. Bate um pastor na porta da choça do compadre: - “Olá, Esdras! Acorda, camarada! Vamos para Belém!” As ovelhas balam. Toda a terra é um advento. Até flores estranhas rebentam nos cálices e as corolas atônitas perscrutam na noite um milagre. Os lírios do vale já devassaram o mistério e murmuram com seus lábios imaculados:       -Vai nascer Deus! Aí está. Vai nascer Deus. “Fenômeno de rotina” – dirá um político despistando um repórter. “Nada demais, senhor jornalista. Todos os anos nasce Deus.” O repórter, apressado e superficial, registra a declaração numa caderneta e telefona para o redator de plantão. “O Doutor Chuvisco disse que não há novidade: o nascimento de Deus é um fenômeno de rotina”. O redator aceita a explicação bocejando e gosta da palavra “rotina” aplicada ao mistério do Natal, porque a palavra está na moda. E ninguém dá pela transcendência

Vou-me Embora pra Pasárgada,Manuel Bandeira

  Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei

Dia Nacional dos Quadrinhos - 30 de janeiro (5)

Ditadura militar e também os quadrinhos, todos, passam por censura. Mas é nessa época que brotam as tiras e charges. Elas recheiam as publicações literárias com humor sarcástico e críticas.  O Pasquim é o principal representante. 1967 é o ano de estreia de um estilo que causou estranheza. O mangá hoje tão conhecido começou pelas mãos de Minami Keizi, fundador da editora Edrel. Claudio Seto e Keizi eram os desenhistas do estilo mangá daquela época. Nota: mangá no Japão, significa história em quadrinhos. Aqui é a forma japonesa de desenhar HQ No início dos anos 70 era a vez do público infantil. Maurício de Souza é o grande responsável pela predominância dos quadrinhos infantil daquela década. A Turma da Mônica veio para ficar mesmo com a concorrência das revistinhas da Disney. A Editora Abril fez estudio especialmente para os desenhista desses quadrinhos e profissionalizou diversos deles.  Geraldão Rê Bordosa Radical Chic Anos 80... esta foi a época de Ange

La Serenata, José Manuel Marroquín

No livro Viver Para Contar, Gabriel García Márquez cita o poeta colombiano: José Manuel Marroquín com um trecho de uma sua poesia surrealista: Agora que os ladros caem, agora que os galos galam, agora que alvando a toca as altas soam campana; E os zurros burram e que os gorjeios pássaram, e os assovios serenam e que os gruinhidos porqueiam, e que a a aurorada rosa os extensos douros campa, ...perolando líquidas calhas tal qual eu lágrimo derramas, e friando de tirito embora abraza almada, venho suspirar meus lanços janelo de teus debaixos. O poema original: Ahora que los ladros perran, Ahora que los cantos gallan, Ahora que, albando la toca, Las altas suenas campanan, Y que los rebuznos burran, Y que los gorjeos pájaran, Y que los silbos serenan, Y que los gruños marranan, Y que la aurorada rosa Los extensos doros campa, Perlando líquidas viertas Cual yo lágrimo derramas, Yo, friando de tirito, Si bien el abrasa almada, Vengo á suspirar mis lanzos Vent

Crônicas da M.P.B: A Rita - Chico Buarque

A Rita Chico Buarque A Rita levou meu sorriso No sorriso dela Meu assunto Levou junto com ela O que me é de direito E Arrancou-me do peito E tem mais Levou seu retrato, seu trapo, seu prato Que papel! Uma imagem de são Francisco E um bom disco de Noel A Rita matou nosso amor De vingança Nem herança deixou Não levou um tostão Porque não tinha não Mas causou perdas e danos Levou os meus planos Meus pobres enganos Os meus vinte anos O meu coração E além de tudo Me deixou mudo Um violão 

Academia Brasileira de Letras - 1º evento do ano

Academia Brasileira de Letras inaugurou em 24 de janeiro, às 19h, na Galeria Manuel Bandeira, a primeira exposição do ano de 2011, intitulada "Aquarelas do Rio". A exibição do artista J. David conta com 31 obras que mostram, sob sua ótica e traços, variadas belezas do Rio de Janeiro. J.David expõe aquarelas tais como a fachada da Academia Quem é J.David? Nasceu em 1934, no Engenho Novo, Rio de Janeiro, recebeu seu primeiro prêmio em desenho, no ano de 1942, em concurso escolar sobre a Segunda Guerra Mundial. Em 1952, entrou como aprendiz de desenhista na Editora Brasil América, e, paralelamente pintando, expõe no Salão Nacional de Belas Artes, em 1963.Em 1966, começa a trabalhar como ilustrador publicitário e, em 1983, é premiado como Ilustrador Publicitário do ano pela Assossiação Brasileira de Propaganda (ABP). Em 1998, já aposentado, viaja à Europa conhecendo os museus do Louvre, D’Orsay, Galeria Degli Uffizi, Academia de Florença, ateliers em Veneza, museu do Vatic

Dia Nacional dos Quadrinhos - 30 de janeiro (4)

Nosso conhecido cachorrinho Bidu primeiro de uma série crescente de personagens de Maurício de Souza, fez estreia em 1959. Em tirinhas, claro. Entram os anos 60 e com eles, a primeira revista em quadrinhos com personagens brasileiros: A Turma do Pererê, de Ziraldo.  Da esq. para a direita: Fradins baixim e cumpridim Zeferino(de chapéu), seguido do Bode Orelana e a Grauna   O cartunista Henfil publica, em tirinhas, seus personagens: Grauna e Fradins. Tiveram grande aceitação e censura política também, lógico. Ainda nessa época, foram lançadas algumas revistas em quadrinhos nos gêneros: Nome da revista/personagem: Capitão 7 Gênero: super-heroi Desenhada por: Julio Shimamoto,Jayme Cortez,Getulio Delphin e Juarez Odilon Período de publicação: 1959 a 1964    Nome da revista/personagem Aventuras do Anjo Gênero: Policial Desenhado por: Flávio Colin , considerado o maior desenhista brasileiro; Originou o filme: Esco