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Mostrando postagens de outubro, 2010

Torresmo à Milanesa

Torresmo À Milanesa Carlinhos Vergueiro / Adoniran Barbosa O enxadão da obra Bateu onze horas Vamo simbora João Vamo simbora João O que é que você trouxe Na marmita dito Trouxe ovo frito Trouxe ovo frito E você beleza O que é que você trouxe Arroz com feijão E um torresmo à milanesa Da minha Tereza Vamos almoçar Sentados na calçada Conversar sobre isso e aquilo Coisas que nóis dois não entende nada Depois puxar uma paia Andar um pouco prá fazer o kilo É dureza João, é dureza João O mestre falou Que hoje não tem vale não Ele se esqueceu Que lá em casa não sou só eu Se segura Maria

Aniversariante de 200 anos:Biblioteca Nacional.

      Em  1910 no dia 29 de outubro,o governo de Nilo Peçanha inaugura prédio da Biblioteca nacional no Rio  de Janeiro. Há 100 anos foi assim que o jornal Estadão publicou a notícia: " O palácio da bibliotheca, projectado pelo general Souza Aguiar, mede 110 metros e 45 de altura. Tem capacidade para 2.000.000 de livros e custou cerca de 7.000:000$000 de réis". Esta é a imagem que o jornal trazia: Breve história da Biblioteca Nacional: Em 1807, D.João deixa Portugal com destino ao Brasil, vieram  com ele toda a família e a Real Biblioteca . Uma bagagem, valiosíssima para o país e que veio em 3 caravelas, era de  aproximadamente 60 mil peças. Chegou acondicionada em 300 caixões de madeira. A inauguração se deu em 1810 embora  somente 4 anos depois tenha sido aberta ao público. Quando a família real voltou para Portugal em 1821 a Real Biblioteca passou a pertencer ao Império do Brasil . No ano seguinte, o Império determinou que deveria ser entregue à biblioteca

Dia Nacional do Livro: 29 de outubro

Biblioteca Nacional -Rio de Janeiro Por que 29 de outubro foi escolhido para ser o dia nacional do livro ?  Porque  é a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real  Biblioteca portuguesa para o Brasil em 1810. Exemplar antigo de Marília de Dirceu O primeiro livro publicado no  Brasil foi Marília de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga . Naquele tempo o imperador exercia censura à imprensa o que era um atraso.  Então, somente com a fundação da Cia. Editora Nacional em 1925, por Monteiro Lobato, é que o mercado editorial brasileiro começou a crescer. Censura à imprensa sempre é um atraso , independente  da época e lugar. Mesmo que seja no Brasil e mesmo que seja censura a jornais ou blogs. Outras datas relativas ao livro: Janeiro 05 - Criação da Primeira Tipografia no Brasil 07 - Dia do Leitor 10 - Criação do blog LivroErrante Fevereiro 07 - Dia do Gráfico 27 - Dia Nacional do Livro Didático Março 10

Entrevista Solta,Carlos Drummond de Andrade

- Qual a mais bela palavra da língua portuguesa? - Hoje é glicínia. Apesar de leguminosa. - E amanhã? - Cada dia escolho uma, conforme o tempo. - A mais feia? - Não digo. Podem escutar. - Acredita em Deus? - Ele é que não acredita em mim. - E em Saldanha? - O cisne ou o outro? - O outro. - Até Deus acredita nele. - Então papamos a taça? - Na raça. - E se não paparmos? - Eu não sou daqui, sou de Niterói. - Mas tudo é Brasil. - Para o Imposto de Renda, sim. Para o Imposto de Serviço, são muitos. - Já fez a declaração? - Quem faz por mim é um computador de terceira geração. - Tão complicado assim? - Ao contrário: a mais simples. - Parabéns por ter renda. - Mas eu não tenho. Imagine se tivesse. - E a Apolo-9? - O maravilhoso ficou barato. Quero ver aqueles três é guiando fusca no Rio. - Vai melhorar. Olhe os viadutos. - Estou olhando. Não vejo é pedestre. Já será efeito da pílula? - O Papa é contra. - O Papa nem sempre é Papa. -

O Amor Estranho, José Fernando dos Santos

Quando uma relação se torna   surpreendentemente estranha, como distinguir entre realidade e fantasia?                                     *** O relógio marcou onze horas e ele nada. Ela já estava ficando preocupada. Ele nunca havia demorado tanto desde o dia em que se casaram. O telefone do escritório estava mudo. Ela ligou, mas ninguém atendeu. Andava de um lado para o outro do quarto, fumando o último cigarro do maço quando ouviu o barulho da chave na porta da sala. Ele trancou a porta, passou pela sala e entrou no banheiro social. Ela ficou parada, olhando pela porta, preparada para indagar, interrogar, xingar talvez. Ouviu o som da urina caindo no vaso. Vai ver ele bebeu muita cerveja, pensou. Ele deu a descarga, apagou a luz e veio para o quarto. Os dois ficaram estáticos, olhando um para o outro, ambos surpresos. Ela pensou em gritar, pedir socorro, mas temeu que ele cometesse algum ato de violência. Permaneceram em silêncio por um instante, até que ele arriscou: – Quem

Noel Rosa e Chiquinha Gonzaga:Forrobodó, musica e livro para crianças.

Uma boa ideia: trazer para a literatura infantil, músicas de compositores clássicos brasileiros. Recém lançada a coleção forrobodó tem: Tarzan, o filho do alfaiate e As Pombas, nas livrarias. Rafael Silveira é o responsável pelas belas e criativas ilustrações  de Tarzan,o filho do alfaiate . A música, que virou historinha, é de Noel Rosa e Vadico. Tarzan, o filho do alfaiate Ed.formato - 16 páginas Ilustração: Rafael Silveira R$19,90 (Americanas ) Clayton Júnior é o responsável pelas belas e criativas ilustrações de As Pombas , a música que virou historinha é de Chiquinha Gonzaga e Raimundo Correia As Pombas Ed.formato Ilustração: Clayton Júnior R$19,90 (Americanas)

Elvis em quadrinhos

Está no mercado uma biografia de Elvis Presley feita em  quadrinhos. Reinhard Kleist e Titus Ackermann organizaram a biografia do rei do  rock, em forma de coleção. Dez dos melhores quadrinhistas alemães da atualidade, foram escolhidos e cada um ficou responsável por uma parte. Alguns dos artistas, são: Nic Klein, Uli Oesterle, Isabel Kreitz e Thomas von Kummant e o próprio Reinhard Kleist. Elvis Organizado por: Reinhard Kleist e Titus Ackermann Tradutor: Margit Neumann & Michael Korfmann Páginas: 128 R$ 63,00 (Fonte: Estadão de 23/10/10)

Canção Excêntrica, Cecília Meirelles

Ando à procura de espaço para o desenho da vida. Em números me embaraço e perco sempre a medida. Se penso encontrar saída, em vez de abrir um compasso, protejo-me num abraço e gero uma despedida. Se volto sobre meu passo, é distância perdida. Meu coração, coisa de aço, começa a achar um cansaço esta procura de espaço para o desenho da vida. Já por exausta e descrida não me animo a um breve traço: - saudosa do que não faço, - do que faço, arrependida. Imagem: start net  

Horóscopo de Vinícius de Moraes, Escorpião

O poetinha me perdoe mas hoje não vou postar seu  poema às mulheres de escorpião. Vinicius não foi feliz no que disse a respeito das escorpianas.  É do poeta português João Pimentel Ferreira o que posto hoje. À minha filha Suzana que é de escorpião e uma mulher sensacional. Dois sonetos de amor à Susana O "princepe" elabora dois sonetos a uma diva que encanta, que veste saia branca e que calça elegantes chinelos pretos. E da mão esquerda delicados dedos acariciam a sua anca. A minha paixão é tanta O seu cabelo: negros filamentos O apelido eu desconheço, mas o seu nome : Susana Desta arte pago o preço de escrever como quem ama E muito já nem peço: Um beijo, prescindo a fama. Olhar deveras cativante uma postura delicada, uma deidade amada por um modesto poeta errante Escreve como Dante uma prosa elaborada sublime, bela e dada ao "Silêncio" relaxante Um intelecto maravilhoso de apenas uma mulher Fiquei indeciso, curioso C

Recomendo: A Vida Que Ninguém Vê.

Em janeiro li, o que pra mim foi o melhor livro do ano: O Olho da Rua , de Eliane Brum. Jamais tive preconceito com jornalistas e isso já me levou a ler mais alguns livros desses profissionais mais conhecidos na TV e ou revistas. Devo dizer que gostei de todos. Absolutamente diferentes entre si  e diferentes, também, do que cada um  faz no dia  a dia onde são mais conhecidos. Não importa. Todos  bons.  O mais recente  deles : A Vida Que Ninguém Vê me chamou a atenção, porque a autora dá uma aula de história ga ú cha, bom humor, lirismo.. tudo a partir de uma estátua.  Claro que faz isso nas demais páginas e assuntos, mas comecei abrindo o livro aleatoriamente e... Ele está lá. Quase ninguém vê, mas está. a maior lição sobre a relatividade do poder. A fugacidade da fama. A efemeridade da glória. Ele, o conde de Porto alegre. Manoel Marques de Souza. terceiro  varão de uma dinastia de centauros de espada em  riste. Parido na guerra, pela guerra. Engatinhando nas poças de sangu

O Assalto,Carlos Drummond de Andrade

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu: — Isto é um assalto! Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de um admirável serviço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado? — Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la. Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os impelia. S

A Secreta Beleza, Elisa Lispector

    Era  tarde quando entrei no quarto para olhar o menino, que demorava adormecer.     Através da janela aberta, ouvia-se o marulho das ondas. A cálida noite de verão parecia mover-se em ondulações, como se a terra tivesse sido invadida pela inconstância do mar.     Por momentos, eu própria oscilei qual uma flor sobre a tenra haste, ou, por analogia com a atmosfera marinha, como uma vela à aragem, em dúvida sobre o que mais efetivo,se o oceano, a banhar de costa a costa o planeta inteiro, se a terra, vista do mar, devia parecer algo remoto, inatingível.     De súbito, à meia-luz da pequena lâmpada de cabeceira velada por um “ abat-jour”, tive a atenção despertada para o que a princípio assemelhava- se a uma mariposa cinzenta, de asas finas, quase transparentes, mas que aos poucos ia crescendo em tamanho e beleza. Para meu espanto, também mudava de forma. A fina película das asas ia-se transformando nas cartilaginosas barbatanas de um peixe-voador, que ondeava no espa

O Grande Ditador setentão

Hoje abro exceção para um filme: O Grande Ditador , que completa 70 anos. Não vou pensar em que Charles Chaplin ficaria perplexo vendo que, apesar de seu modelo inspirador ter morrido, a essência da opressão continua firme e forte em vários outros pontos do planeta. Não sendo necessário (nem possível, claro) parabenizar o autor porque o sucesso retumbante alcançado pelo filme parabeniza Chaplin por si só, parabenizo a nós mesmos. Pelo privilégio de ter O Grande Ditador para divertir e pensar, palmas pra nós que nós merecemos. Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas

Cantiga de Caboclo, Thiago de Mello

O canto de despedida vai disfarçado de flor. É feito para os caboclos do barranco sofredor. Pra eles que não  vão ler nunca estas palavras de amor. Amor dá tudo o que tem: dou esta rosa verdadeira, levando a clara certeza da vida nova que vem. Canto para os curumins nascidos iguais a mim, vida escura, e tanto verde! canoa, vento e capim. Canto para o ribeirinho que um  dia vai ser dono do verde daquele chão. Tempo de amor vai chegar tua vida vai mudar. ( Poesia comprometida com a minha e a tua vida ed. Civilização Brasileira )

Crônicas da M.P.B: Alzira e a Torre

Alzira e a Torre Lula Queiroga / Lenine  Alzira bebendo vodka defronte da Torre Malakof Descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto, fez um jardim Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? (Hei hei hei) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira virada pra lua, rezando na igreja de são ninguém Se o mundo for só de mentira, só ela acredita que existe além Que existe outra natureza que venha ocupar o lugar do fim Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim? (Hei hei hei) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô (Alzira Ô) Alzira Ô, Alzira Ô, Alzira Ô, Alzira Ô... É, Alzira zerou seu futuro se escondeu no escuro do furacão Se a gente vê só alegria só ela antevia a revolução O mar derrubando o dique, invadindo a cidade

ABL - Um pouco da Academia Brasileira de Letras (1)

Fundação No fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, manifestaram votos por uma academia nacional, como a Academia Francesa. O êxito social e literário da Revista Brasileira, de José Veríssimo, daria coesão a um grupo de escritores e, assim, possibilidade à idéia. Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de uma Academia de Letras, sob a égide do Estado, que se escusaria, à última hora, a tal aventura de letrados. Foi fundada então, independentemente, a Academia Brasileira de Letras. 15 de dezembro,1896 às três da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na travessa o Ouvidor, nº 31, foi logo aclamado presidente Machado de Assis. No ano seguinte, a  28 de janeiro do ano seguinte, houve a última última sessão preparatória como comparecimento de: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuqu

Procura-se Um Pai,Carlos Drummond de Andrade

    O rapaz dirigia seu carro pela Avenida Brasil, rumo ao aeroporto do Galeão, onde ia receber o pai, que voltava do Chile, e eis senão quando...     O resto, imagina-se. Foi naquela noite de fevereiro em que o Rio, mais uma vez, transbordou de seu nome, e a cidade voltou a padecer os desmoronamentos, os desabrigos, as angústias e as mortes injustas de uma enchente. Na rua congestionada, ninguém avançava. Chuva matraqueando, tempo fugindo, todas aquelas pessoas em prisões de lata e vidro, temendo o pior. E o pai que deveria chegar às 20 horas. O pai chegando. O pai chegou? Ele não está familiarizado com esta bagunça em forma de cidade. É idoso. Mora em outro Estado. Como é que o pai sairá desta?     Inútil pensar nessas coisas, porém elas se pensam por si, na cabeça impotente. Nisto se abre, por milagre, um espaço suficiente para manobra, mas em sentido inverso ao do Galeão. O rapaz, menos por iniciativa própria do que por imposição dos motoristas que vinham atrás, aci