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Saideira 2009

Os 23 livros abaixo vão  circular a partir de hoje  1 de dezembro no saideira 2009, grupo  que encerra as ofertas do ano na comunidade LivroErrante.
Amor Não tem Bons Sentimentos (O) - Raimundo Carrero
Antes, O Verão -C.Heitor Cony
Breviário da Terra do Brasil - Luiz Antonio de Assis Brasil
Caminhos de Pedras - Rachel de Queiroz
Canibais, Amor e Morte Na Rua do Arvoredo- David Coimbra
Clara dos Anjos - Lima Barreto
Colecionador de Sombras (O) - João Batista Melo
Crocodilo Sonhador - Vanda Amorim
Eita Gota, Uma Viagem Paraibana - Efigênio Moura
Fios da Memória (Os) - Adriana Lisboa
Gato Sou Eu (O) -Fernando Sabino
Imaginária (A) - Adalgiza Nery
Lenda dos Cem (A) - Gilvan Lemos
Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite - Fal Azevedo
Montanha Russa - Martha Medeiros
Na Multidão - Luiz Alfredo Garcia-Roza
Olha Para o Céu Frederico - João Cândido de Carvalho
Poemas Pernambucanos - J.C.Melo Neto
Prata do Tempo  - Leticia Wierzchowski  (em  destaque na postagem abaixo)
Primeiras Estórias - Guimarães Rosa
Querô Uma Reportagem Maldita - Plínio Marcos
Rakushisha - Adriana Lisboa
Uma Sombra Na Parede - Josué Montello

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A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

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