Pular para o conteúdo principal

Eita Gota, uma viagem paraibana

Igreja da cidade de Monteiro PB
                                                                                                                             
     A distância aproximada de  304Km que separa as duas igrejas acima é percorrida por Efigênio Moura, em Eita Gota, uma viagem paraibana.  Tudo  começa com quando Das Neves vai pagar promessa na igreja da padroeira da Paraíba, levando  consigo o neto.   Depois de subir a ladeira que dá acesso à Basílica de Nossa Senhora das Neves e não ter podido mostrar o mar  a Netinho a avó, na rodoviária, contrata com Agripino a viagem  de volta. A partir do  embarque de Das Neves, Netinho e outros passageiros numa Veraneio 73 azulzinha começa a odisseia da volta à cidade de Monteiro, no Cariri. A distância entre as duas cidades se faz maior porque o  motorista não  tendo  documentos nem  dele nem do carro de motor flex (sabe o que é isso?): gasolina e botijão de gás de cozinha, precisa se desviar dos policiamentos  rodoviários.  Efigênio Moura , foi muito  feliz  na forma de separar os capítulos do livro; no uso da linguagem incorreta e usual dos personagens; na descrição da postura de cada passageiro  ante a chegada de mais um colega de saga, um  sacolejado da variante etc. A vida de cada um a partir do  silêncio que  ele fazia momentaneamente.  A viagem  descrita em Eita Gota! que  para olhos   capixabas ou  gaúchos possa parecer realismo  fantástico é total realidade para nordestinos de qualquer estado. Bem  humorado, didático e poético o livro  agrada e deixa o leitor com uma ponta de carinho  pelo lugar. Qual lugar? O Cariri. Pensou na Veraneio 73? eita gota! 
Eita Gota, uma viagem paraibana
Efigênio  Moura
Editora da  UFPB
Páginas: 213
Livro disponível no site Estante Virtual

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di...

Vamos Pensar? (10)

 

Vamos Pensar? (13)