Pular para o conteúdo principal

A Quarentena - J.M.G Le Clézio


O livro A Quarentena de Le Clézio, ganhador do Prêmio Nobel desta ano, vai circular na Comunidade Livro errante

     Este é um livro sobre o mar. Um romance de aventuras, uma meditação sobre a natureza, uma fábula sobre a potência do amor.    Terminada a leitura, estamos esvaziados, como se tivessem nos submetido a uma misteriosa provação física - privilégio das grandes obras, que nos dão a verdadeira medida de uma experiência literária. A quarentena é o período que um grupo de europeus é obrigado a passar numa ilha, onde estarão entregues a si mesmos, à doença, ao medo, à incompreensão e ao ódio. A ilha, lugar fechado e aberto ao mesmo tempo, figura clássica da utopia política, será para eles a antecipação do inferno. Mas será também o berço da intimidade em êxtase e do delírio amoroso. J. M.G. Le Clézio nasceu em Nice, em 1940. Estudou no Collège Littéraire Universitaire de Nice e é doutor em letras. Em 1963 publicou seu primeiro romance, Le procès-verbal. Sua obra alcança hoje cerca de trinta volumes, entre poesia, ficção e ensaios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di...

Vamos Pensar? (10)

 

Vamos Pensar? (13)