Há quanto tempo você não fica ansioso pela chegada do representante maior dos Correios, ou seja os carteiros? Se você achasse um livro num banco de praça, ou durante algum passeio e nele estivesse escrito que você seria o próximo a lê-lo qual seria sua reação? Por que faço essas perguntas? A resposta é simples: você pode, a qualquer hora, em qualquer dia, voltar a se emocionar com a chegada do carteiro ou ser surpreendido com um livro deixado à sua espera. É através desta maneira simples que surge o livro errante ou livro livre, uma maneira diferente de difundir o prazer da leitura a qualquer pessoa que esteja interessada em entrar nesse mundo fantástico. Quer saber como funciona? Vou explicar tim-tim por tim-tim. Sabe aquele livro que você gostou muito e que tem vontade de compartilhá-lo com o mundo? A sugestão é a seguinte: deixe um exemplar dele em algum lugar público para que outra pessoa descubra esse novo mundo. Pode ser com essa sugestão de recado: “Este livro não lhe pertence, foi deixado aqui para que você leia. Pode levar, depois de ler não guarde, deixe novamente em algum lugar público para que seja lido por outra pessoa”, pois esse é o objetivo do grupo atingir o maior número de pessoas. A literatura também ganhou espaço através do mundo virtual. No Orkut, site de relacionamentos, os apaixonados pela leitura fazem a troca dos “errantes” utilizando os Correios para atingir seu objetivo principal. Um gesto que além de proporcionar o conhecimento de novos autores também transforma-se numa forma de relacionar-se à moda antiga, já que geralmente os livros vêm acompanhados de bilhetes, missivas, mimos, tornado-se um prazer maior recebê-los. Então, gostou? Faça parte você também deste ‘movimento’. Deixe seu “errante” solto por aí. Aposto que você terá boas surpresas. E se você já foi surpreendido, deixe aqui seu depoimento. Livro errante é uma atitude
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
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