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São João Antigo, Luís Gonzaga.

     Li ontem uma matéria sobre quadrilha junina.  Gostei de saber da origem da dança por exemplo, mas o trecho final que menciona a "quadrilha estilizada" doeu.   Venho há muito tempo sentindo saudade  da quadrilha tradicional sem essas roupas mais próximas de blocos de carnaval, com encenações  ruins,  repetitivas e excludentes.   É meu único momento de saudosismo.   E, nessa questão  de festa de São João, estou com Luís Gonzaga.   ( Para ouvir a música clique nas palavras em azul)
Festa Junina, Edilsom Silva Araújo
São João Antigo, Luís Gonzaga
Era a festa da alegria (São João)Tinha tanta poesia (São João)Tinha mais animação, mais amor, mais emoçãoEu não sei se eu mudei ou mudou o São João
São João(Tinha tanta poesia) São João(Tinha mais animação, mais amor, mais emoção)(Eu não sei se eu mudei ou mudou o São João)
Vou passar o mês de Junho nas ribeiras do sertãoOnde dizem que a fogueira ainda aquece o coraçãoPra dizer com alegria, mas chorando de saudadeNão mudei, nem São João, quem mudou foi a cidade
São João(Tinha tanta poesia) São João(Tinha mais animação, mais amor, mais emoção)(Eu não sei se eu mudei ou mudou o São João)
Era a festa da alegria (São João)Tinha tanta poesia (São João)(Tinha mais animação, mais amor, mais emoção)(Eu não sei se eu mudei ou mudou o São João)
Vou passar o mês de Junho nas ribeiras do sertãoOnde dizem que a fogueira ainda aquece o coraçãoPra dizer com alegria, mas chorando de saudadeNão mudei, nem São João, quem mudou foi a cidade
São JoãoSão João
São João(Tinha tanta poesia) São João(Tinha mais animação, mais amor, mais emoção)(Eu não sei se eu mudei ou mudou o São João)

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Origem da Quadrilha Junina:


A quadrilha junina, matuta ou caipira é uma dança típica das festas juninas, dançada, principalmente, na região 
Nordeste do Brasil. É originária de velhas danças populares de áreas rurais da França (Normandia) e da Inglaterra. Foi introduzida no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, possivelmente em 1820, por membros da elite imperial. Durante o Império, a quadrilha era a dança preferida para abrir os bailes da Corte. Depois popularizou-se saindo dos salões palacianos para as ruas e clubes populares, com o povo assimilando a sua coreografia aristocrática e dando-lhe novas características e nomes regionais.

No sertão do Nordeste encontrou um colorido especial, associando-se à música, aos fogos de artifícios e à comida da Região. Como as coreografias eram indicadas em francês, o povo repetindo certas palavras ou frases levou também à folclorização das marcações aportuguesadas do francês, o que deu origem ao matutês, mistura do linguajar matuto com o francês, que caracteriza a maioria dos passos da quadrilha junina. A criatividade popular encarregou-se de acrescentar novos passos como Olha a chuva! É mentira, A Ponte quebrou, Nova ponte, Caminho da roça e também outros figurantes como os do casamento matuto: o noivo e a noiva, o padre, o pai da noiva, o sacristão, o juiz e o delegado. O casamento matuto, hoje associado à quadrilha é a representação onde os jovens debocham com malícia da instituição do casamento, da severidade dos pais, do sexo pré-nupcial e suas conseqüências, do machismo. O enredo é quase sempre o mesmo com poucas variantes: a noiva fica grávida antes do casamento e os pais obrigam o noiva a casar. Este se recusa, sendo necessário a intervenção da polícia. O casamento é realizado com o padre e o juiz, sob as garantias do delegado e até de soldados. A quadrilha é o baile em comemoração ao casamento. O enredo é desenvolvido em linguagem alegórica, satirizando a situação com humor e carregando no sotaque do interior.

Os passos e a movimentação dos pares da quadrilha em subgrupo, rodas, filas, travessias e outras figurações são ensaiados nos fins de tarde ou à noite, durante os fins de semana do período preparatório. O marcador da quadrilha, que anuncia os passos, poderá ou não fazer parte da dança. É escolhido entre os mais experientes membros do grupo ou é uma pessoa convidada para esse fim. Rapazes e moças em fila indiana vestidos com roupas típicas do matuto do interior , em pares alternados, braços para baixo, colocam-se frente a frente (vis a vis) aguardam a música da orquestra, que é normalmente composta por zabumba ou bombo, sanfona e triângulo e que o marcador comece a gritar a quadrilha:

Anavantur (em avant tout) - anarriê (em derrière) - balancê (balancer) - travessê de cavalheiros (travesser) - travessê de damas - travessê geral - granmuliné - otrefoá (autrefois) - grande roda - damas ao centro - damas à direta e cavalheiros à esquerda e vice-versa - preparar para a cesta - olha a cesta - desmanchar - grande roda à esquerda - passeio na roça - avanço de damas e cavalheiros - preparar para a chuva - é mentira - olha a chuva - choveu - passou - seus lugares. Balancê - moinho - lacinho do amor à direita e à esquerda - seus lugares - balancê - preparar um pequeno galope - balancê - anavantur - preparar o grande túnel - começar - anarriê - seus lugares. Balancê - preparar para o grande galope - começar - desmanchar - balancê - passeio a dois - retournê - seus lugares. Anavantur - anarriê - passeio na roça pelo meio - damas para um lado - anavantur - preparar para o serrote - passeio na roça com roda - passeio do amor à esquerda - retournê - seus lugares. Preparar para o desfile - primeiro as damas - agora os cavalheiros - seus lugares - preparar para o galope - começar - seus lugares. Changê de damas - changê de cavalheiros - anavantur - anarriê - balancê - grande roda - preparar para o granchê - começar - retournê, grande roda à direita e à esquerda - preparar para o túnel - começar - grande roda - balancê na grande roda - preparar para o caracol - começar - retirê – c’est fini.

Há atualmente uma nova forma de expressão junina, a quadrilha estilizada, que não é uma quadrilha matuta, mas um grupo de dança que tem uma coreografia própria, com passos criados exclusivamente para a música escolhida, como num corpo de balé. O grupo incorpora alguns personagens como Lampião, Maria Bonita, sinhôzinho, espanholas e ciganos. Os seus trajes lembram roupas típicas do folclore dos pampas gaúchos.
 
 
 


 
 
 Fonte: Fundaj



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