Pular para o conteúdo principal

30 Melhores Livros Infantis de 2022

Exercícios de Ser Criança, Manoel de Barros, Fernanda Massotti e Kammal João - A partir de 5 anos.
Em 1999, o poeta mato-grossense Manoel de Barros, uma das joias de nosso país, lançou seu primeiro livro para crianças. É curioso pensar sobre isso, uma vez que Manoel nos parece infância o tempo todo, com seu olhar para o simples da vida como algo espantoso e digno de virar “matéria de poesia”. Na primeira edição, duas histórias vinham acompanhadas dos bordados das Ângela Martha e Sávia Dumont, com desenhos de Demóstenes Vargas, e que marcou bibliotecas por estas duas décadas. Desta vez, é na companhia de Fernanda Massotti e Kammal João que vêm O Menino Que Carregava Água Na Peneira, sobre um garoto que reparava no pequeno da vida; e A Menina Avoada e a relação de dois irmãos que imaginam tudo a partir de um caixote.



A Pequena Lana, Silvana Rando - A partir de 2 anos. Quando crianças, o tamanho faz muita diferença, né? Ao lado de um mundo tão diverso, às vezes, nos sentimos pequenos, às vezes, grandes. Lana é assim também. Em muitos dias, acorda pronta para salvar o planeta com seu regador de plantas; mas, em outros, sente-se sozinha e chora de vontade de ter um amigo especial. E não é que ele aparece como um vizinho novo? Silvana Rando, premiadíssima autora e queridíssima dos pequenos, conta que se inspirou numa história da infância para narrar esta. Seu traço bem-humorado, cheio de detalhes nos desenhos, vai fazer os pequenos (mesmo quando grandes) não quererem largar o livro.


O Que O Crocodilo Diz?, Eva Montanari - A partir de 6 meses. Neste livro da coleção Literatura de Colo, um adorável crocodilo acorda e deve enfrentar o desafio do dia: ficar na escola com os amigos. Para narrar esse cotidiano, o recurso da autora italiana Eva Montanari é colocar um monte de barulhinhos: o despertador toca driing-driing, o crocodilo diz buáááááááá, o livro faz “era uma vez”, e por aí vai! Inspirada no filho, Ruggero, a delicadeza do traço de Eva, que tem livros por 16 países, completa a identificação com o que é mostrado e pode encher de fofura o dia do leitor.


Eu Falo Como Um Rio, Jordan Scott Sydney Smith 


 A partir de 5 anos. Autobiográfica, esta belíssima obra assinada por dois artistas canadenses usa a metáfora do fluxo do rio como forma de entender a instabilidade da linguagem, motivo de “manhãs sempre difíceis” quando a boca do menino - que é gago -  “não quer funcionar”. Ele, no entanto, tem um pai especial que o leva “para um lugar sossegado”, um rio, onde observam a água “borbulhante, rodopiando, agitada e quebrando”, assim como sua fala. “Até o rio gagueja. Assim como eu.” É o tempo das palavras como um tempo de compaixão.





Oikoá,  Felipe Valério e Luise Weiss - A partir de 3 anos. “Dois autores ou cinco?”é o primeiro estranhamento que temos com este livro . “Mas o que vem por dentro?”, “O que significa Oikoá?”, nos perguntamos. E é assim que começa a viagem aqui. Criada por Felipe Valério e Luise Weiss, é escrita em textos e imagens em três idiomas que se conjugam: português, Guarani Mbya e Mẽebêngôkre. E os desenhos parecem até uma quarta língua. O livro é um grande poema que nos coloca junto como flor, borboleta, peixe, rio. No final, palavras e traduções e um texto de Maria Cristina Troncarelli, antropóloga e especialista em educação indígena, e dos professores Tupã Mirim Werá, Bepo Mẽetyktire e Paimu Muapep Trumai Txucarramãe, consultores na criação e na tradução.



O Protesto, Eduarda Lima - A partir de 4 anos.

“Tudo começou quando um pássaro deixou de cantar.” Esse é o início da saga narrada pela portuguesa Eduarda Lima. Depois desse dia, as outras aves também pararam seu canto, gatos, cães, insetos, vacas, gorilas e todos os animais se calaram. Ninguém mais queria saber dos humanos. Essa espécie de pacto virou notícia nos jornais pelo mundo, e as crianças – claro – se recusaram a ir para a escola. Até que, um dia, encontrou-se o problema. Nesta fábula, digamos, nascida na urbanidade, são os bichos que nos dão o alerta necessário para lembrarmos o ritmo da natureza na qual estamos inseridos. Ao final, abra a capa e a contracapa apoiando na estrutura firme do livro, observe quem o olha nos olhos e, de uma vez por todas, decida se vai aceitar o convite ou não.




A Planta Muito Faminta, Renato Moriconi - A partir de 3 anos. 
Certa vez, o autor Renato Moriconi presenciou o momento em que uma mosca entrou pela boca de seu amigo Paulo, dono de um restaurante vegetariano. Pronto: da cabeça inventiva do artista plástico — e um dos autores de livros ilustrados mais premiados do Brasil — saiu uma história incômoda e divertidíssima. Tudo começa com uma linda plantinha nascida em um dia de Sol. Mas o astro-rei não foi suficiente para nutri-la e, carnívora que era, foi atrás de comida: primeiro uma lagarta, depois a borboleta; em seguida, uma aranha e depois um coelho, um ginasta, uma vaca paraquedista, uns alienígenas... uau, onde isso tudo pode parar? Confira você mesmo! A obra também funciona como uma homenagem e referência assumida a um grande autor que se foi em 2021: Eric Carle, criador do clássico Uma Lagarta Comilona.


Mesma Nova História, Everson Bertucci, Mauane Oliveira e Juão Vaz- A partir de 5 anos. 
Como se compõe o amor entre um neto e uma avó? Como se dá uma relação em que a memória prega peças e o convívio alivia tudo? Nesta comovente história, uma senhora morava sozinha até que a família notou mudanças: primeiro, ela se esqueceu de como apagar a luz, ir ao mercado, fazer comida; depois, passou a achar a água do vaso sanitário encantada. Entenderam que ela precisava de companhia constante e o menino ficou na função. Ele cuidava, mas queria mais saber do tablet do que das histórias que a avó repetia. Um dia, o menino achou no armário uma porção de brinquedos, e as histórias da avó passaram a ter elementos novos — e a vida dos dois se transformou para sempre.



Achou? Aline Abreu - A partir de 2 anos. 
Ajuste a vista, prepare o poder perguntador e mergulhe nesta investigação. Neste adorável livro de Aline Abreu, os pontinhos e risquinhos dos desenhos são bem pequenos e a diversão é imensa. Preste atenção da primeira à última página! Pequenas formigas nos levam a virá-las e procurar pelo bebê jacaré, um urso dorminhoco, um latido mais forte que outros e mais. A cada dupla, famílias brincantes prontas para nos confundir com detalhes, cores e movimentos inesperados. E sabe as formi? Não pense que elas só estão aqui para conduzir a narrativa, não: tem mistério miúdo e colorido para descobrir.


Um Gorila, Anthony Browne - A partir de 2 anos. 


Se existe algo que sabemos sobre o autor britânico Anthony Browne é que ele ama falar sobre primatas. Gorilas, chimpanzés e orangotangos estão sempre povoando seus livros. Já vencedor do Prêmio Hans Christian Andersen (um “Nobel” para a literatura infantil mundial), agora ele traz uma obra para brincar de contar de 1 a 10, começando com um gorila, passando por seis gibões... Tudo isso com o traço que individualiza seus personagens, ao mesmo tempo em que nos coloca todos juntos num lugar só: “todos primatas, todos uma família, todos a minha família”, ele diz no final. E o que vem depois é um mundo inteiro de motivos para pensar.




O Tio + Oito, Caio  Zerbini e Bruna Lumbambo - A partir de 7 anos. 
Na guarda-capa — aquela extensão do livro que gruda a capa ao miolo —, a enorme família é apresentada com mãe, primos, tios etc. Um deles, no entanto, é o foco desta história: o tio Pedro, um poeta apaixonado por palíndromos. É aí que o escritor Caio Zerbini começa um jogo e tanto de palavras e frases que nos aproximam dessa família comum como a nossa, brincando conosco de ler de frente para trás e de trás para frente! E vem “é a mamada da mamãe”, “o galo nada no lago”, e muito mais. No meio de tudo, orgulho de estar junto, sempre que possível numa varanda ou na “sacada da casa”.




Julián É Uma Sereia, Jessica Love - A Partir de 5 anos. 
Este livro mexeu com os leitores brasileiros em 2021. Da autora californiana, sua premiada obra de estreia distribuiu amor por aqui. Julián está com sua avó quando ele encontra belíssimas sereias no vagão do trem. Julián adora sereias. Mas muito mesmo e, chegando em casa, foi atrás de seu desejo e de sua imaginação. Assim, antes que sua avó entrasse no banho, disse em voz alta: “Vó, eu também sou uma sereia”. Pronto. Segue-se, então, uma série de desenhos do menino se arrumando com tudo que encontra pela casa, cortina virando rabo de peixe e tudo mais. Quando a avó sai do banho e dá de cara com a transformação, ela só tem uma coisa a fazer: mostrar que ele realmente pode ser quem quiser. Amor, afinal, tem limite, não.


Por Que Choramos?, Fran Pintadera e Ana Sender - A partir de 5 anos.
Na capa, uma chuva, uma poça. Pingos nos encaminham até uma conversa entre Mário e sua mãe. “Mamãe, por que a gente chora?”  É o tempo de virar mais uma página e somos levados a um universo entre metáforas e razões que a mulher expõe ao filho. Tristeza e raiva aparecem de cara. Mas as imagens poéticas vêm acompanhar um choro por não entender o mundo, pela falta de um abraço na hora certa, pelas lágrimas serem um bálsamo a dolorosos golpes da vida. O leitor vai se envolvendo com os exemplos até que é chuva por todo lado, pois ter boas conversas pode também ser motivo feliz para chorar! 


O Sopro do Leão, Marcos Bagno e Simone Matias - A partir de 6 anos. 
Era um dia de praia, nos mostram as imagens iniciais.O narrador confessa que tinha medo da água do mar e, então, o pai decide que é hora de aprender a nadar. Mas logo se nota que, no livro do mineiro Marcos Bagno com a santista Simone Matias, a história é outra. Tem um avô doente, uma viagem adiada, muitos detalhes de uma casa-memória. Para avô e neto, o assunto é a boia que o menino acabou de comprar e que precisava de fôlego para encher, um sopro de leão. O pai e a avó ficam assustados, mas a cumplicidade entre os sopradores deu segurança para uma vida inteira. E nos fica a pergunta: o que tem da força de enfrentar a morte na fragilidade de se viver a vida?



Com Qual Penteado Eu Vou? Kiusan de Oliveira e Rodrigo Andrade - A partir de 4 anos.
 Aqui há, pelo menos, 100 anos de amor. O primeiro personagem que conhecemos é seu Benedito, o bisavô da narradora da história, motivo de uma grande festa por conta de seu centenário. Enquanto Kiusam de Oliveira nos envolve com o texto, Rodrigo Andrade vai nos fornecendo detalhes e emoções nas imagens: de uma casa sendo arrumada, de uma mãe preparando cuidadosamente o penteado da filha... E os pequenos combinaram que cada um ofertaria ao biso uma virtude, “a mais poderosa de cada um”. Segura a alegria!





A Travessia de Anatole, Gilles Eduar - A partir de 2 anos. Na capa, uma paisagem desértica, um camelo observa e um homem (ou um menino?) descansa sobre as corcovas. Anatole (que tem o nascer do sol na origem grega do nome) e Adebayo (que é associado a “um dia de alegria”, em iorubá) são dois caminhantes e aventureiros. Encontram sereias, passam por cobras, enfrentam mares revoltos, ruas agitadas... Mas será que é isso mesmo? Anatole está atento, mas Adebayo dorme sem perceber nada? Quem viajou e quem sonhou? Vejam, então, o que os dois personagens têm em comum (dica: um deles segura nas mãos, no início da travessia; o outro, no final). Gilles Eduar, artista franco-brasileiro e um poderoso articulador das cores nos livros para a infância divide conosco um pensamento sobre amizade e refúgios necessários.

Rã e Sapo São Amigos, Arnold Lobek - A partir de 6 anos. 

Pode procurar, mas acho que você não vai encontrar uma dupla de amigos tão amigos como esta. Ou será que vai? Bem, estes dois estão prontos para tudo. A Rã é animada e faz de tudo para levantar o Sapo da cama, pois o sol está brilhando. Numa outra vez, é o Sapo que faz de tudo para narrar uma boa história para a Rã. Fora a aventura da carta que não chega nunca e de um banho de rio inesquecível. O autor norte-americano, que fez vários livros com esta dupla de personagens, publicou este em 1970. Dividido em breves capítulos, a leitura provoca uma mistura de riso e melancolia que pode acolher o leitor nos desafiantes modos de ser e de crescer.





Rio, O Cão Preto, Suzy Lee - A partir de 3 anos.

A sul-coreana Suzy Lee, que acaba de vencer o “Nobel da literatura infantil”, o Prêmio Hans Christian Andersen, é muito querida pelos leitores brasileiros. Desde a trilogia Onda, Espelho e Sombra, lançada a partir de 2008, nos encantamos com seus traços a carvão. Aqui, ela nos traz Rio, um cão que na primeira ilustração aparece preso. Uma vizinha acompanhava tudo e bradou: “se for deixá-lo desse jeito, vou levá-lo comigo!”. Rio seguiu-a, e foi parar no carinho de dois irmãos, Montanha e Mar.  Um dia, as crianças têm de partir, e Rio conhece um outro tipo de falta e, talvez, o amor.




Os Olhos do Jaguar, Yaguarê Yamã e Rosinha - A partir de 4 anos. 

Çahu (tatu) e o jaguar eram bem companheiros e faziam uma viagem juntos, mas o felino sempre provocava o amigo para ter motivo para devorá-lo. A brincadeira não terminou muito bem e, numa patada, çahu arrancou os olhos da fera. O jaguar ficou desconsolado. Quem o encontrava não mostrava boa vontade para ajudar o animal ferido. Não esperava, então, a disposição do pequeno inãbu (uma ave comum na Amazônia), que tinha um jeito de curá-lo. E o que ficou disso, o leitor conhece no final.







Os Invisíveis, Tino Freitas e Odilon Moraes - A partir de 6 anos.
Estavam todos ali no caminho do menino: o gari que deixava tudo limpo, pessoas que precisavam viver na rua, os trabalhadores que sustentavam um país, os idosos nos bancos da praça. Mas parecia que, aos olhos dos adultos de sua família, eram todos invisíveis. Ele mesmo, algumas vezes, se achava invisível também. O menino cresceu, seguiu sua vida predestinada e envelheceu. Apagou-se aos olhos de outros. Mas uma criança, assim como ele foi, estava prestes a fazer algo. O escritor Tino Freitas já havia lançado este texto em 2013, com ilustrações bem diferentes, e outro projeto gráfico com Renato Moriconi. Agora, ao lado dos traços em caneta esferográfica de Odilon Moraes, uma nova perspectiva abraça essa belíssima história.



A Professora da Floresta e a Grande Serpente, Irene Vasco e Juan Palomino - A partir de 6 anos. 

Uma jovem professora está ansiosa para conhecer seu primeiro trabalho: um povoado chamado Delícias, bem no meio da Floresta Amazônica. Após uma longa viagem, com estradas esburacadas, quase teve seus preciosos livros molhados pelo rio, até encontrar as cerca de 50 famílias indígenas que moravam ali. Um dia, chuvas fortes fizeram a professora perder todos os seus livros, e foi, então, que ela notou como ganhara novas histórias. A escritora Irene Vasco é colombiana, filha de brasileira, e participa de muitos programas dedicados às comunidades indígenas. Juan Palomino é um ilustrador mexicano e filósofo e, ao lado de Irene, fez também Letras de Carvão, publicado aqui pela Pulo do Gato.

Migrantes, Issa Watanabe - A partir de 5 anos. 

Na página dos créditos do livro Migrantes, não há a categorização “literatura infanto-juvenil”.”. É forma ou conteúdo? Essa é uma das primeiras fronteiras que a autora peruana Issa Watanabe rompe para quem quer analisar essa impactante obra. A primeira imagem é de uma ave que carrega uma caveira. Ela se esconde atrás de uma árvore, como quem observa silenciosa, com um manto e uma valise nas mãos. Do outro lado das páginas abertas, animais antropomorfizados em fila, quando notamos referências a homens, mulheres e crianças saindo com seus pertences em uma mesma direção. É a morte que os acompanha ou a vida que insiste em resistir?

Os Livros de Maliq, Paola Predicton e Anna Fortali - A partir de 7 anos.

As ilustrações da italiana Anna Forlati são um espanto. Da capa ao final, o leitor mergulha em um universo de imagens realistas, mas com uma atmosfera onírica remetendo aos livros que Maliq, o protagonista desta história, se envolve e se salva, até. Caçula de 20 irmãos, perde sua alegria após a morte da mãe. Tempos depois, é o pai que falece e, pequeno que era, Maliq é esquecido na divisão de bens. Sobram a ele os livros diversos que havia na casa e que foram jogados para fora. O menino, então, os organiza e cria, com eles, paredes altíssimas, teto, janela, tudo. Com eles, estudou, foi acolhido e seguiu.





Barco de Histórias, Kyo Maclear e  Rashin Kheiriyeh - A partir de 6 anos. 

“Aqui.” O que seria essa simples palavra para quem está em um deslocamento que parece não ter fim? Esse é o mote deste livro canadense que se movimenta nas imagens com famílias caminhando em um frio intenso, carregando objetos pessoais. “Aqui”, então, pode ser uma xícara quentinha como um abraço; um cobertor para se aninhar. “Aqui” é uma jornada em que os elementos na imaginação das crianças podem ser outros tipos de refúgio e força para recomeçar. Posfácio de Vivianne Reis, criadora da organização humanitária I Know My Rights, que cuida de crianças refugiadas no Brasil.




O Dia Em Que Meu Prédio Deu No Pé, Estêvão Azevedo e Rômolo D'Hipólito - A partir de 6 anos. 

Um avô escreve uma carta a uma neta e os dizeres são difíceis de acreditar: é a história de um país em que os prédios, casas e edifícios célebres, como o  Museu Nacional, decidem ir embora. O povo só podia assistir a tudo e buscar novos locais para morar, muitos entre as matas e as florestas e, assim, entenderam um novo modo de viver. O escritor Estevão Azevedo se disse apoiado no sentimento de esperança para criar essa trama, e o ilustrador Rômolo D’ Hipólito jura que assistiu a uma casinha que deu no pé certa vez.





De Passinho Em Passinho, Otávio Júnior e Bruna Lubambo - A partir de 3 anos. 

É o passinho, a dança periférica carioca que ganhou o mundo, o grande protagonista do livro. A gente lê e dança: seus pés parecem mágicos/suas pernas, feitas de molas/será que aprenderam na escola?/de dança?/de samba?/na educação física?/ou na educação artística?. Os traços fortes de Bruna Lubambo embalam os ágeis movimentos cheios de cor e, no final, nomes e passinhos para o leitor treinar! Otávio criou a história bem pertinho dos dançarinos cariocas, que acompanharam a produção do livro até a conclusão.






A Bela Adormecida do Samba, Sonia Rosa e Luciana Grether - A partir de 6 anos.

O barracão estava em festa, pois Bela havia chegado ao mundo. Os pais, Porta-Bandeira e Mestre-Sala, no entanto, andavam apreensivos com uma revelação do adivinho, o Ifá, que aconselhou deixar objetos cortantes longe da menina até que completasse 18 anos. Um dia, uma agulha cruzou o caminho da garota e ela e a comunidade carnavalesca adormeceram. Muito tempo depois, Jorge, um rapaz compositor e historiador, sentiu um chamado até um misterioso lugar, e tudo mudou para sempre. Sonia Rosa, a encantadora das histórias que chama de “literatura negroafetiva”, embala com Luciana Grether este amor digno de exibir em avenida.

Concerto de Piscina, Renato Moriconi - A partir de 2 anos.

Nas páginas desse livro damos de cara e ouvidos com uma piscina vazia e, ao lado dela, um poderoso maestro. Da nuvem cheia, chuva para encher o buraco; na piscina, a barbatana de um tubarão; de repente, uma ilha, um polvo, uma onda, um pasto com bois, um... mas é maestro ou mágico? Não importa, pois, diante do livro mais musical e silencioso que você já viu, só vai querer aplaudir.





Homem-Bicho Bicho-Homem + O Jabuti Não Tá Nem Aí, Itamar Assunção e Dalton Paula Caixote  - Partir de 5 anos. 

No primeiro livro, é um contar com rimas inesperadas que brinca com características e a imaginação de peixe-boi a boto, passando por galinhas e carrapatos. No segundo, é a chance de conhecer um jabuti sossegado que tem muitas possibilidades e pressa nenhuma para viver. 

.





Revista Crescer.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.