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Mostrando postagens de dezembro, 2022

30 Melhores Livros Infantis de 2022

Exercícios de Ser Criança,   Manoel de Barros, Fernanda Massotti e Kammal João -  A partir de 5 anos. Em 1999, o poeta mato-grossense Manoel de Barros, uma das joias de nosso país, lançou seu primeiro livro para crianças. É curioso pensar sobre isso, uma vez que Manoel nos parece infância o tempo todo, com seu olhar para o simples da vida como algo espantoso e digno de virar “matéria de poesia”. Na primeira edição, duas histórias vinham acompanhadas dos bordados das Ângela Martha e Sávia Dumont, com desenhos de Demóstenes Vargas, e que marcou bibliotecas por estas duas décadas. Desta vez, é na companhia de Fernanda Massotti e Kammal João que vêm  O Menino Que Carregava Água Na Peneira , sobre um garoto que reparava no pequeno da vida; e  A Menina Avoada  e a relação de dois irmãos que imaginam tudo a partir de um caixote. A Pequena Lana, Silvana Rando - A partir de 2 anos.  Quando crianças, o tamanho faz muita diferença, né? Ao lado de um mundo tão diverso, às vezes, nos sentimos pequ

Poemas da M.P.B: Onde Deus Possa Me Ouvir, Vander Lee

Sabe o que eu queria agora, meu bem? Sair, chegar lá fora e encontrar alguém Que não me dissesse nada Não me perguntasse nada também Que me oferecesse um colo, um ombro Onde eu desaguasse todo desengano Mas, a vida anda louca As pessoas andam tristes Meus amigos são amigos de ninguém Sabe o que eu mais quero agora, meu amor? Morar no interior do meu interior Pra entender por que se agridem Se empurram pro abismo Se debatem, se combatem sem saber Meu amor Deixa eu chorar até cansar Me leve pra qualquer lugar Aonde Deus possa me ouvir Minha dor Eu não consigo compreender Eu quero algo pra beber Me deixe aqui, pode sair Sabe o que eu mais quero agora, meu amor? Morar no interior do meu interior Pra entender por que se agridem Se empurram pro abismo Se debatem, se combatem sem saber Meu amor Deixa eu chorar até cansar Me leve pra qualquer lugar Aonde Deus possa me ouvir Minha dor Eu não consigo compreender Eu quero algo pra beber Me deixe aqui, pode sair Meu amor Deixa eu chorar até cansar

A Mandíbula de Caim, um enigma de Torquema que pouca gente decifrou

     Um colecionador de palavras cruzadas do jornal inglês The Observer, chamado Edward Powys Mathers, usando o pseudônimo de Torquemada, escreveu um misterioso livro policial. Isso foi nos anos 30 lá na Inglaterra. O livro tem 6 assassinatos em apenas 100 páginas e chama-se A Mandíbula de Caim.   O livro foi impresso em 1934, e publicado em ordem aleatória como uma charada a ser decifrada. Estava pois lançado o desafio.  Quem iria conseguir reorganizá-lo  de forma a ficar na mesma ordem em que foi escrito?    Quase 90 anos depois  o pequeno livro/mistério vira febre no Tic Toc, porque a Ed. Intrínseca relança o desafio no Brasil. Aqui o livro vem com páginas destacáveis e 1 folha de resposta. Caso o leitor queira participar da brincadeira de descobrir o que o autor Torquemada escreveu, deve preencher a folha de resposta que vem no livro e informar também quem foram os seis assassinos e suas respectivas vítimas.   

Dois Poemas de Natal: Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa

Poema de Natal Para isso fomos feitos Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra Assim será a nossa vida Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na treva Um caminho entre dois túmulos Por isso precisamos velar Falar baixo, pisar leve Ver a noite dormir em silêncio Não há muito o que dizer Uma canção sobre um berço Um verso, talvez, de amor Uma prece por quem se vai Mas que essa hora não esqueça E por ela os nossos corações se deixem Graves e simples Pois para isso fomos feitos Para a esperança no milagre Para a participação da poesia Para ver a face da morte De repente nunca mais esperaremos Hoje a noite é jovem Da morte, apenas nascemos Imensamente.  (Música de Toquinho) Natal Natal… Na província neva. Nos lares aconchegados, Um sentimento conserva Os sentimentos passados. Coração oposto ao mundo, Como a família é verdade! Meu pe

Primeira Paixão, Antônio Maria

O amor, nas crianças, é um estado de alma absorvente, pastoso e imenso que, embora não seja uma coisa muito definida, leva o menino apaixonado a uma série de sonhos, de medos, de renúncias, de tramas secretas e, principalmente, de ânsia heroica - quando a gente tem vontade que a amada comece a morrer afogada para a gente salvar. Eu me lembro de que o meu primeiro e grande amor aconteceu aos seis anos de idade. Apaixonei-me perdidamente por uma moça de trinta, por quem me cortaria, me queimaria, me desonraria e morreria, se preciso fosse. Só eu e eu sabíamos daquele caso de bem-querer, embora todo mundo houvesse descoberto nos meus olhos e na minha carinha de crime secreto. Ela era linda - achava que eu a amava - tudo nela era perfeito. E só muitos anos mais tarde fui ver que aquilo que os outros diziam era verdade: ela era horrível. Mais feia do que aquilo, podiam matar, que era bicho. Hoje ela vive ainda, vejo-a de vez em quando, velhinha gasta em tudo, muito mais feia do que quando

Colheita, Nélida Piñon

     Um rosto proibido desde que crescera. Dominava as paisagens no modo ativo de agrupar frutos e os comia nas sendas minúsculas das montanhas, e ainda pela alegria com que distribuía sementes. A cada terra a sua verdade de semente, ele se dizia sorrindo. Quando se fez homem encontrou a mulher, ela sorriu, era altiva como ele, embora seu silêncio fosse de ouro, olhava-o mais do que explicava a história do universo. Esta reserva mineral o encantava e por ela unicamente passou a dividir o mundo entre amor e seus objetos. Um amor que se fazia profundo a ponto de se dedicarem a escavações, refazerem cidades submersas em lava. A aldeia rejeitava o proceder de quem habita terras raras. Pareciam os dois soldados de uma fronteira estrangeira, para se transitar por eles, além do cheiro da carne amorosa, exigiam eles passaporte, depoimentos ideológicos. Eles se preocupavam apenas com o fundo da terra, que é o nosso interior, ela também completou seu pensamento. Inspirava-lhes o sentimento a co