A tarde da última sexta-feira do mês era reservada para o benzimento das crianças. Com chuva ou com sol, nesse dia, todos os deveres da manhã eram acelerados, o almoço saía mais cedo, e logo estávamos a caminho. Sempre acompanhadas de três adultos, invariavelmente mulheres, as crianças desmamadas seguiam em fila indiana para o sítio de Dona Genoveva. Os pequenos, que ainda mamavam no peito, não careciam de passar o ramo. Minha mãe e minha avó eram as acompanhantes titulares: a avó já era velha, não mais teria filhos, e eu, com seis anos, era a caçula da minha mãe. As outras tias ainda estavam no período parideiro. E como pariam! A cada ano, a fila indiana ficava maior. A benzedura que Dona Genoveva fazia nas crianças era contra verme, feito lombrigueiro. À frente e fechando a fila, a tia e a mãe, e no meio, a avó. Todas no controle zeloso do bando. Usávamos roupas domingueiras e, nos pés, as inseparáveis alpargatas: azuis para os meninos e vermelhas para as meninas.