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Mostrando postagens de outubro, 2019

Nascido em 31 de Outubro: Carlos Drummond de Andrade.

RELIGIÃO Bichinho quer ir s'embora da sala pra dormir no sol do dia bonito. Mas a porta da sala está fechada e ele não pode abrir a porta. Bichinho planta-se de cócoras muito solene diante da porta e põe-se a adorá-la. põe-se a adorá-la para que ela se compadeça. Fonte: Folha de São Paulo on line 6.10.2019 Tem mais de Drummond no blog, passa lá

Nascido em 30 de Outubro: Raul de Leoni

     Raul de Leoni (Petrópolis, 30 de outubro de 1895 — Itaipava, distrito de Petrópolis, 21 de novembro de 1926) foi um poeta brasileiro. Concluiu os cursos primário e secundário no Rio de Janeiro, viajando ainda adolescente pela Europa. Tornou-se diplomata em 1917. Com Ode a um poeta morto, 1919, conquistou fama nos meios literários. Pouco depois de eleito deputado fluminense, retirou-se para Itaipava, onde pretendia curar-se da tuberculose que o vitimou. Antes, publicou Luz Mediterrânea, 1922. Após a sua morte em Itaipava seu corpo foi conduzido para Petrópolis, que lhe prestou suas últimas homenagens, sepultando-o à sombra do Cruzeiro das Almas, erigindo-lhe um mausoléu e dando o seu nome a um trecho da Rua Sete de Setembro. Mais de oitenta anos da sua morte, Raul de Leôni é venerado por seus inúmeros leitores, mas ainda não chegou às carteiras universitárias dos cursos de Letras do nosso pais, onde por mérito poético, e para o bem dos estudantes da poesia brasileira, já de

Nascido em 27 de Outubro: Graciliano Ramos

     A CACHORRA Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho  queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa nas base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.      Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.     Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que advinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesm

Nascido em 24 de Outubro: Ziraldo, O Escritor Malucão do Menino Maluquinho

Ziraldo (1932) é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro. É o criador do personagem de quadrinhos infantil “O Menino Maluquinho”. Foi um dos fundadores da revista humorística “O Pasquim”. Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, no dia 24 de outubro de 1932. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha e o de seu pai Geraldo. Desde criança já mostrava seu talento para o desenho. Com seis anos teve um desenho seu publicado no jornal Folha de Minas. Estudou no Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com a avó para o Rio de Janeiro, onde estudou por dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 retornou para Caratinga e concluiu o científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Carreira  A carreira de Ziraldo começou na revista “Era Uma Vez”, quando fazia colaborações mensais. Em 1954, Ziraldo começou a trabalhar no jornal “Folha da Manhã” (hoje Folha de S. Paulo), desenhando em uma colu

A Maçã de Mariana, Ronaldo Wrobel

O metrô parou na estação Botafogo enquanto a criança mordiscava a maçã no colo da mãe: come a frutinha, Mariana! Come a frutinha! Estávamos todos cansados, vagã o lotado, sete da noite. Quando o alto-falante avisou que as portas iam se fechar, a menina não perdeu tempo. Atirou a maçã lá fora. Gesto certeiro, estudado. Portas fechadas, assunto encerrado. A mãe ainda teve tempo de ver a fruta rolando na plataforma, perplexa. Nada a ser feito. O que não tem solução, solucionado está. Tchau frutinha! Risada geral. Até a mãe riu, meio constrangida. Mariana olhou a plateia, toda-toda, envaidecida. Alguém comentou qualquer coisa sobre crianças e a mãe admitiu que a menina era “terrível”. Outro alguém contou a última travessura do neto, gargalhadas de auditório. Me lembrei de um menino no ombro do pai, tempos atrás, metrô abarrotado, hora do rush. A cada freada o menino berrava: estamos chegandoooo!!! Graças a Mariana éramos uma alegre irmandade de estranhos. Em Copacabana, o v

Nascido em 19 de Outubro: Vinicius de Moraes

        Poema de aniversário Porque fizeste anos, Bem-Amada, e a asa do tempo roçou teus cabelos negros, e teus grandes olhos calmos miraram por um momento o inescrutável Norte... Eu quisera dar-te, ademais dos beijos e das rosas, tudo o que nunca foi dado por um homem à sua Amada, eu que tão pouco te posso ofertar. Quisera dar-te, por exemplo, o instante em que nasci, marcado pela fatalidade de tua vinda. Verias, então, em mim, na transparência do meu peito, a sombra de tua forma anterior a ti mesma. Quisera dar-te também o mar onde nadei menino, o tranqüilo mar de ilha em que perdia e em que mergulhava, e de onde trazia a forma elementar de tudo o que existe no espaço acima – estrelas mortas, meteoritos submersos, o plancto das galáxias, a placenta do Infinito. E mais, quisera dar-te as minhas loucas carreiras à toa, por certo em premonitória busca de teus braços, e a vontade de grimpar tudo de alto, e transpor tudo de proibido, e os elásticos saltos dançarinos para

A Noite Dos Olhos, Heloisa Seixas

 Amanhecia quando ele chegou, e eu estava aqui, exatamente aqui, nesta cadeira de balanço onde me recosto agora, a cadeira de onde contarei — pela última vez — a história.      Primeiro, ouvi um ruído na porta. Apenas um roçar, um murmúrio, mas que me pôs em alerta, sem que eu soubesse por quê. Com as costas eretas, fiquei à espera. Antes de me levantar, queria a confirmação de que ouvira de fato um som. Passara uma noite inquieta. Adormecera na sala, cansada demais para subir os degraus, um a um, rumo ao quarto onde Carlos me aguardava, em nossa cama fria. E tivera sonhos agitados, nos quais me vira voando e dançando e sangrando nas mãos. Sentia‑me exaurida, como se houvesse caminhado no sono. Apurei os ouvidos. Nada.      Olhei em torno. Meus olhos, virgens ainda, inocentes do que viria, percorreram estas mesmas paredes que hoje me cercam, conspurcadas. Vi seus ângulos e junções, os cantos onde a penumbra se adensa, mesmo se a madrugada vai alta. Observei o arco que divide as

Nascido em 12 de outubro: Fernando Sabino

                  Marcar um encontro com Fernando Sabino não era tarefa fácil — ainda mais se fosse um pedido de entrevista. Ele se desculpava gentilmente: "Ah, escreve você, coloca umas palavras bonitas na minha boca...". O autor de "O encontro marcado" explicava que tudo que tinha a dizer estava em sua volumosa obra, que começou a ser construída aos 13 anos, quando escreveu um conto policial para uma revista da PM. À época, ainda assinava Fernando Tavares Sabino. Aos 18 anos, ouviu de Mário de Andrade, com quem se correspondeu por muitos anos, o conselho: "Se você quiser continuar sendo escritor, tem que encurtar o nome." Ele acatou a opinião do amigo, encolheu a assinatura e esticou a carreira literária ao longo de mais de seis décadas, seja como autor de romances como "O grande mentecapto", seja como escritor de crônicas que narram com humor e lirismo os desacertos e os absurdos da vida cotidiana. Era um "Kafka de eletricida

Maria Firmina dos Reis. Não Conhece? Vem Comigo, Então

      São Luís, 11 de agosto de 1860. Logo nas primeiras páginas do jornal  A Moderação , anunciava-se o lançamento do romance   Úrsula , “original brasileiro”. O anúncio poderia passar despercebido, mas algo chamava atenção em suas últimas linhas: a autoria feminina da “exma. Sra. D. Maria Firmina dos Reis, professora pública em Guimarães”. Foi assim, por meio de uma simples nota, que a cidade de São Luís conheceu Maria Firmina dos Reis – considerada a primeira escritora brasileira, pioneira na crítica antiescravista da nossa literatura. Negra, filha de mãe branca e pai negro, registrada sob o nome de um pai ilegítimo e nascida na Ilha de São Luis, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917) fez de seu primeiro romance,  Úrsula  (1859), algo até então impensável: um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados. “Em sua literatura, os escravos são nobres e generosos. Estão em pé de igualdade com os brancos e, quando a autora dá

Deu Polônia e Austria nos Nobel de Literatura 2018 e 2019

A academia sueca concedeu hoje os prêmios de 2018 e 2019  à escritora polonosa Olga Tokarczuk e ao escritor austríaco Peter Hadkler respectivamente.   Olga é a décima quinta mulher premiada desde a criação do prêmio em 1901. Veja no blog quais foram as outras mulheres e suas origens, clicando aqui . A escritora polonesa de 57 anos, só tem um livro editado em português no Basil: Os Vagantes (Ed.Tinta negra 2014). Este livro vai ser reeditado pela ed.Todavia, com o título de Viagens.   a mesma editora lança no mês de novembro o mais novo livro de Olga Tokarczuk: Sobre Os Ossos dos Mortos (Drive Your Plow The Bones of the Dead) O austríaco Peter Hankle, tem livros em português:  Peter Handke: Peças Faladas , com quatro textos de meados dos anos 1960 (Predição, Insulto ao Público, Autoacusação e Gritos de Socorro). E o  romance  A Perda da Imagem: Ou Através da Sierra de Gredos , de 2009, e de  Don Juan (Narrado Por Ele Mesmo) , de 2007

2 Mulheres Prêmio Nobel. Em Quem Você Aposta?

A manhã a Academia Sueca vai anunciar os dois Prêmios Nobel de Literatura: 2018  e  2019.  Dentre os prováveis ganhadores, 5 são mulheres: Maryse Condé (82) - França -  Eu,Tituba: Bruxa Negra de Salém Anne Carson (68) - Canadá - O Método Albertina Margareth Atwood (79) Canadá - O Conto da Aia Olga Tokarczuk (57) Polônia -  Viagens                                           Lyudmila Ulitskaya  (76) Rússia  - The Funeral Party Leia aqui a lista de todas as mulheres ganhadoras do Nobel de Literatura até o momento.