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A noite rendendo a tarde,
Toda Sexta é mesmo assim,
Depois do sol em declínio,
A feira chegando ao fim.
Um bêbado declama um verso
Na frente de um botequim:
É o resto,
É a sobra
É o sobejo,
É a casca
É a banana
É a calçada,
Melancólicas
Melancias
Mordiscadas.
É a feira
Que agoniza
Triturada
Bebida
Sorvida,
Deglutida,
Mastigada,
Ela vive
E agoniza
Em becos,
Praças,
Calçadas.
De manhã,
Chegou gorda
E bem faceira.
Pouco a pouco
Foi perdendo
O movimento.
virou resto,
Monturo,
Bagaceira.
Peleja da vida
Com o bicho do tempo.
In O Poeta da Madrugada, Alceu Valença.
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