Segundo reza a lenda sem pé nem cabeça, o Homem começou a sua evolução com o pé direito. No início era uma dúzia de pés-rapados, mas logo se organizaram socialmente em das castas: os pés-de-boi e os pés-quentes. Aos primeiros cabia não arredar pé do pé-de-pilão; aos segundos, cuidar do pé-de-meia. Cada grupo cumpria ao pé da letra a sua tarefa. Afinal, o lucro era dividido em pé de igualdade. Não havia ódios e todos faziam pé firme no regime. A sociedade cresceu, porque dava pé. E evoluiu: inventaram o pedal (depois, a roda); o pé-de-moleque revolucionou a culinária; encontraram a cura pro pé-de-atleta; apareceram as ciências (Pediatria, para tratar dos pezinhos dos nenês, e Pedagogia, para educar do pé-de-chumbo ao pé-de-porco); nas letras, fizeram sucesso os versos de pé-quebrado; construiram-se os famosos jardins suspensos dos igarapés; o Homem sonhava com o futuro, ao pé do fogo. Enquanto isso, os outros povos nem chegavam aos pés desses bon