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Mostrando postagens de 2013

Feliz você em 2014 !!

Feliz você que sabe que pode viver e agir como se não houvesse céu, nem inferno, nem países separando as pessoas, nenhuma razão pra matar ou morrer também.  Tudo bem, eu sou assim e isso significa que John Lennon não era tão sonhador. Quem sabe você no novo ano não se junta a nós?  Se você consegue.... Feliz você em 2014!!

Até a volta.

O blog LivroErrante entra de férias.  Encontro vocês em fevereiro de 2014,  abraço.

Valter Hugo Mãe, de volta à minha estante

Acabei de receber do volta O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe. É sempre bom receber correspondência e se for livro melhor ainda. No meu caso ou recebo porque comprei algum livro que queria ou porque voltou às minhas mãos algum exemplar que emprestei a várias pessoas, tendo o livro saído de uma cidade para outra até voltar. O Filho de Mil Homens me emocionou muito. Ofereci no grupo formado para leitura de escritores africanos de língua portuguesa, que denominamos Morena de Angola.O livro saiu do Recife em Março. Passou por Fortaleza, São Paulo, Goiânia,Santa Maria de Jetibá (ES), Porto Alegre e  agora está comigo vindo de João Pessoa. Saiu de minha casa, com um bilhetinho  e voltou com vários. Janete, que recebeu de Neto, leu o livro em abril. Diz que V.H.M é apaixonante. Acrescenta que não acredita na libertação do autor em relação a seu mentor, Saramago. No próximo ano vou na casa de Janete. A Tânia, em Maio, diz que a leitura flui verdades com delicadeza. Suzi

Feliz Natal.

Toada à Toa Ferreira Gullar A vida, apenas se sonha que é plena, bela ou o que for. Por mais que nela se ponha é o mesmo que nada por. Pois é certo que o vivido - na alegria ou no desespero - como o gás é consumido... Recomeçamos do zero. Recomecemos, pois, a partir de hoje, do zero. Feliz Natal. LivroErrante.

Uma Véspera de Natal, Marques Rebelo

     Ventava, mas a noite era quente, luzindo estrelas por cima do recorte dos morros. O grilo cantava no meio da grama, no jardinzinho quieto.      Ele ouvia, pensativo. Quando o grilo sossegou, saiu da janela, acendeu outro cigarro, chegou-se para a poltrona onde ela se reclinava e venceu o silêncio que se prolongara.      - Não te vais vestir?      Continuou com a cabeça loura tristemente apoiada na mão, e respondeu sem entusiasmo:      - Vou. Tem tempo. Que horas são?      - Dez.      - Já?      Mostrou-lhe o relógio-pulseira, chegou-se mais e beijou-a:      - Estás triste?      Deu um suspiro, fitou-o longamente:      -Não. Por quê?      - Não sei.      Não sabia mesmo. Parecia, porém, que estava,tão distante se mostrava. Pegou-lhe na mão, revirou-a, mirando a anel.      - Papai Noel é pobre...      - Você duvida meu bem?      - Duvido duma coisa.      - De quê?      - Da tua memória.      - Memória?! – Até se espantou, virando os olhos verde

Símbolos do Natal

                     Tão acostumados estamos com as mensagens natalinas, as árvores, o Papai Noel, presépio etc que nem notamos  que pouco ou nada sabemos a respeito dos símbolos do natal.   Hoje o blogueira deixa o tema da Literatura e posta a respeito das lendas e adereços que estão presentes nos nossos finais de ano.  Pinheiro:      De origem germânica, sua tradição é atribuída a São Bonifácio - séc. VII.        O pinheiro ( a árvore da vida na liturgia cristã) foi instituído pelo missionário em substituição ao sacrifício cristão ao carvalho sagrado do deus Odim. Representa a promessa do renascimento das outras árvores e de toda a vegetação.        O costume de enfeitar árvores de Natal espalhou-se pela Europa e em seguida pelas Américas. Presépio:      Origem ligada a São Francisco de Assis, no séc.XIII.    No Natal de 1223, na Grécia, ele representou o nascimento de Cristo em um estábulo de verdade. A ideia se espalhou e até  a Sagrada Família, R

Maravilhosos Cabelos de Algodão - Galeria

           Notei que algumas das personalidades de que gosto bastante têm em comum os cabelinhos de algodão. Fiz, afetivamente, uma galeria deles e o mais novo integrante, completa hoje 97 anos. Trata-se  do escritor mato-grossense Manoel de Barros ,                                         Este criativo escritor de estilo personalíssimo nasceu em Cuiabá, tem uma obra imperdível que este blog já trouxe em Caso de Amor   e, mais recentemente, em Parrrede! Outro talento de cabelos brancos em minha galeria  não é escritor. Aliás, não escreve com palavras, mas faz poemas ou crônicas, com bronze, cimento, argila. Exagerado em talento também arrasa com pincéis e nanquim. Tive o prazer de conhecê-lo e  posso garantir que Abelardo da Hora , hoje com 89 anos, é uma pessoa interessantíssima. Falante, arguto e excelente contador de histórias. Ah, e sabe cantar!! Sobre Ariano Suassuna, todos já sabem. Conheci há algum tempo numa aula espetáculo, que depois revi em vídeo.  Tem u

A Crônica Mais Acessada

   Rubem Braga o mais importante cronista do país nasceu na mesma cidade de Roberto Carlos: Cachoeiro de Itapemirim.  Esta é a Casa dos Braga, tombada como patrimônio cultural de Cachoeiro de Itapemirim  foi por muitas décadas a residência  da família do cronista  e seus trabalhos começaram a ser feitos quando ela ainda residia lá.   Finalizando o ano de 2013, trago hoje a crônica mais acessada no blog: Louvação , de Rubem Braga, começa assim:  "Já escrevi sobre isso: mas a coisa me impressionou, e além do mais ainda não recebi os jornais, são seis e quarenta, e Chico Brito combinou de passar às 8 horas para irmos às enxovas. Se começar a procurar assunto, acabo perdendo a pescaria. E acontece que há pouco , quando acordei,eu estava sonhando com isso. Via um homem de avental e touca, como se fosse um sacerdote, mas um sacerdote em paramentos brancos de padeiro."   Continue lendo Louvação.

Casa Grande & Senzala, 80 anos.

                                          Neste mês de dezembro um os livros brasileiros mais importantes completou 80 anos.  Obra de referência para estudiosos principalmente de de História, Sociologia e Antropologia o livro também é  alvo de críticas.   Leia resumo  de Casa Grande & Senzala. conheça também outros produtos ligados à obra:  Arrasando na terceira idade, está na  48ª edição no Brasil e possui edição em quadrinhos:           Pode ser encontrado em DVD  , numa produção de 1998 feita por Nelson Pereira dos Santos. E há também, descobri hoje, um poema de Manoel Bandeira: Casa Grande & Senzala Grande livro que fala Desta nossa leseira            Brasileira. Mas com aquele forte Cheiro e sabor do Norte - Dos engenhos de cana       (Massangana!) Com fuxicos danados E chamegos safados De mulecas fuôs       Com sinhôs. A mania ariana Do Oliveira Viana Lava aqui a sua lambada       Bem

Minhas Melhores Capas de Livro 2013

        Passear em livrarias é uma festa. Estive em uma mega store de São Paulo pesquisando títulos interessante para um projeto que vou desenvolver com adolescentes de uma cidade do interior e aproveitei para ver capas de livro.  As capas por si, já são capazes de atrair o leitor e eu, confesso, que já comprei guiada apenas pelo visual atraente.   Pois bem, deste meu agradabilíssimo passeio à FNAC, tirei Minhas melhores Capas de Livro de 2013. Beijos Dados e Não Dados Roger Olmos e David Aceituno Ed.Octavo Ltda Lit. Nacional Meu Kafka Textos de Kafka Ilustrações: Stefanie Harges A Bela Velhice Mírian Goldenberg Ed.Record Só Gosto do Cara Errado Laura Conrado Ed.Novo Século O Conto do Amor Contardo Caligaris Ed. Cia das Letras Azar o Seu Carol Sabar Ed. jangada Morrer de Prazer Ruy Castro Ed.Foz Impressos A Arte de Ser Leve Leila Ferreira Ed. Globo

Caso de Amor, Manoel de Barros

Eu ando por aqui desde pequeno. E sinto que ela bota sentido em mim. Eu acho que ela manja que fui para a escola e estou voltando agora para revê-la. Ela não tem indiferença pelo meu passado. Eu sinto mesmo que ela me reconhece agora, tantos anos depois, Eu sinto que ela melhora de eu ir sozinho sobre seu corpo. De minha parte eu achei  ela bem acabadinha. Sobre suas pedras agora raramente um cavalo passeia. E quando vem  um, ela o segura com carinho. Eu sinto mesmo hoje que a estrada é carente de pessoas e de carinho. Eu sinto mesmo hoje que a estrada é carente de pessoas e  de bichos. Emas passavam sempre por ela esvoaçantes. Bando de caititus a atravessam para ver o rio do outro lado. Eu estou imaginando que a estrada pensa que eu também sou como ela: uma coisa bem esquecida. Pode ser. Nem cachorro passa mais por nós. Mas eu ensino para ela como se deve comportar na solidão. Eu falo: deixe deixe meu amor, tudo vai acabar. Numa boa: a gente vai desaparecendo igual quando Carlitos

Poema de Amor Sem Exagero, Joaquim Cardozo- Segunda-feira poética

Eu não te quero aqui por muitos anos nem por muitos meses ou semanas, Nem mesmo desejo que passes no meu leito As horas extensas da noite. Para que tanto Corpo! Mas ficaria contente se me desses por instantes apenas e bastantes A nudez longínqua e de pérola Do teu corpo de nuvem. Joaquim Cardozo .

Portugal Telecom para Pernambuco

Da esquerda para a direita: Eucanaã, José Luiz e Cíntia                          Nesta última edição do conceituado Prêmio Portugal Telecom de literatura um dos vencedores é um Pernambucano que eu não conheço. José Luiz Passos, é o ganhador na categoria Romance, e prêmio principal com o livro Sonâmbulo Amador , editado pela Alfaguara.                                      Prêmio Portugal Telecom premiou também: Essa coisa Brilhante Que É A Chuva , de Cíntia Moscovich na categoria contos/crônicas (Ed.Record) e  Sentimental de Eucanaã Ferraz, categoria Poesia. (Ed.Cia das Letras) Aprendi agora que o conterrâneo José Luiz Passos, é um jovem nascido na zona da mata do estado, vive nos Estados Unidos e é professor da Universidade da Califórnia.         Sonâmbulo Amador ,   é a história de um funcionário da indústria têxtil internado em uma clínica psiquiátrica cujos sonhos se misturam com acontecimentos políticos do fim da década de 60 (release da editora). O romance v

A Varanda do Frangipani, Mia Couto

A  visão daquela morte me fez lembrar meu próprio fim. Chegara minha vez de me reassombrar. Acenei, triste, para os velhos. Me despedi da luz, das vozes, do cacimbo. Me comecei a internar na areia, pronto a me desacender. Mas, em meio disso, hesitei: o caminho do regresso não podia ser aquele. Aquele chão já não me aceitava. Eu tinha me tornado num estrangeiro no reino da morte. Agora, para atravessar a derradeira fronteira eu carecia de clandestinidade. Como me transitar, transfinito?         Recordei ensinamentos do pangolim. A árvore era o lugar do milagre. então, desci do meu corpo, toquei a cinza e ela se converteu em pétala. Remexi a réstia do tronco e a seiva refluiu, como sémen da terra. A cada gesto meu o frangipani renascia. E quando a árvore toda se reconstituiu, natalícia, me cobri com a mesma cinza em que a planta se desintactara. Me habilitava assim a vegetal, arborizado. Esperava a final conversão quando um fiozinho de voz me fez parar:      - Espere, eu vou cons

Seara Africana, Ricardo Alves

Chora Maria. Quem firma teus pés ao solo, É a dor. E a ginga entorpece, Girando a saia rodada, O tempo, o vento e a poeira ao subirem, Chegam e lá vivem inertes Fica cravado em teu corpo o suor, Que destemido, aventureiro, Atravessa, Teus seios, teus sonhos, Tua penha por inteiro. Tua liberdade implora seguindo um andor. Chora Maria, Através de ti a ter ra senti, cheia, Enquanto lá fora seca, Somente o que quer viver. Mas esse tudo é baseado na frieza. Quem viu nascer o mundo, Viu também morrer um povo. Sangue na senzala, Quiçá não seja d`outro, Este que por inconsciência,assumes te, E te remete a paredes mudas, frias, mas não surdas. Por ele que desejas falar. A pino ardor na pele, filho do sol. Chora Maria. Oxalá traz a manta que enxugará, Levando a vida do senhor da terra, que cedo, Rasgando o véu,  O vértice do continente, Tua pele partia. Chora Maria Que em verdade,  Não chora. Ricardo Alves

Última Crônica-cantada de 2013

              No ultimo sábado do mês posto também a última crônica cantada do ano. Tenho uns dias fixos no blog: a segunda-feira é para poesia, a quarta para crônica, conto ou artigo e o sábado para uma música crônica. Pela dificuldade, esta é a postagem menos correta que faço. Algumas vezes coloco apenas uma música. Boa, é certo, porém que não pode ser considerada crônica. Pois bem, como dezembro é um mês difícil para audiência em alguns tipos de blog e eu mesma vou me dar férias, encerro hoje com uma música super antiga e que é verdadeiramente uma crônica. Negue - Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos é uma das músicas que Ignácio de Loyla Brandão usa como inspiração em " Como Foi Que O Tempo de Tania Ficou Paralizado em 1960" que está no magistral livro Solidão No fundo da Agulha , que eu já trouxe aqui no blog.

Parrrede!!, Manoel de Barros

Só recentemente conheci Manoel de Barros , mais exatamente o livro Memórias Inventadas -As Infâncias de Manoel de Barros. Me deparei com um livro sensacional: conteúdo e continente. Capa dura, ilustrações primorosas feitas por sua filha Martha Barros  e os textos muito bons. O autor tem um estilo muito original de falar de coisas cotidianas. Poético, engraçado, surpreendente. Q uando eu estudava no colégio, interno, Eu fazia pecado solitário. Um padre me pegou fazendo. - Corumbá, no parrrede!

Romance Perdido, Joaquim Cardozo

  Quando cheguei, quando venci por fim as incertezas do caminho, Já a noite dormia sob as árvores do parque. Somente na sombra o olhar de um lago frio, Somente no musgo das pedras o contato de mãos macias, Somente no céu a nudez das nuvens inconstantes, Somente, Josefina O vento gelado apagara  o teu desejo, A noite modesta vestira teu corpo.

Vou ler por causa das ilustrações: Decameron

Há 700 anos nascia Boccaccio (Bocage, no Brasil) e  por causa da data, a Ed.Cosac Naify  lança uma edição especial de sua obra mais popular Decameron , com ótimas ilustrações do artista plástico paulista Alex Cerveny.   Decameron é um conjunto de 100 novelas, que dá início ao realismo na literatura. Foi escrito durante 5 anos no século XIV.  A obra se passa no período da peste negra que dizimou milhares na Europa. É um relato desse flagelo. Boccaccio fala da doença e da reação das pessoas.   Não posso falar mais a respeito sem ir ao Google porque mal comecei a leitura.  Alguém mais culto, pode contribuir? Tenho esse livro há quase 10 anos, sem jamais ter me interessado por ele. Agora, igual criança, fui atraída pelas ilustrações e me animei. Vou ler.