Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.
Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.
Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...
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João da Cruz e Sousa: Florianópolis 24.11.1861 — Minas Gerais,19.03.1898.
Era filho de escravos alforriados e foi criado por seus ex-patrões. Aprendeu Francês, Latim e Grego.
Pertence à escola simbolista assim como Alphosus Guimarães. O simbolismo tem como característica: métrica definida, desrespeito à gramática para não limitar o autor, linguagem pessimista, musical (verificar uso da aliteração) e fortemente emocional.
Pertence à escola simbolista assim como Alphosus Guimarães. O simbolismo tem como característica: métrica definida, desrespeito à gramática para não limitar o autor, linguagem pessimista, musical (verificar uso da aliteração) e fortemente emocional.
preocupação profunda com o "eu".
Obras de Cruz e Souza: Missal, Broquéis e Tropos e Fantasias (1893) - Póstumos:Faróis,1900; Últimos Sonetos, Poesias (1905)
Lésbia, o poema acima está no livro Broquéis. Clique aqui para saber sobre Lésbia.
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