O JOGO DE AMARELINHA de Graziela Bozano Hetzel e ilustrações de Elisabeth Teixeira Ed. Manati, R$ 30. No jogo de amarelinha riscado no chão pela madrasta, Letícia brinca. Seus atos, porém, guardam uma tristeza calada, a saudade da mãe falecida, o desgosto por ter a madrasta no lugar que era ocupado por quem tanto amava. A poesia aqui encaixa com delicadeza para a autora falar da dor da ausência e passa a idéia ao leitor de como o tempo pode ajudar nas difíceis mudanças. As ilustrações têm a mesma delicadeza do texto. > A PARTIR DE 6 ANOS.
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
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