OLEMAC E MELÔ de Fernando Vilela Ed. Cia. das Letrinhas, R$ 34. Na Arábia Saudita, um camelo passava dias atravessando desertos, carregando mercadorias de um comerciante nada amigável. Em São Paulo, o camelô Melô atravessava diariamente a cidade para vender suas bugigangas. Certo dia, o camelo foge, entra em um navio, desce no Brasil, vai parar em São Paulo e conhece Melô. Eles descobrem ter muito em comum e iniciam uma grande amizade. Uma reflexão sobre a amizade e a busca de melhorias. E uma aula sobre a capital paulista. Ilustrações do autor. > A PARTIR DE 5 ANOS.
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
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