Na próxima sexta-feira dia 7.10 Cecília Meireles faria 112 anos. Procurei a página 112 da antologia que possuo e o poema é:
Romance VII ou Do Negro Nas Catas
Já se ouve cantar o
negro,
Mas inda vem longe o dia.
Será pela estrela-d´alva?
Com seus raios de alegria?
Será por um diamante
a arder, na aurora fria
Já se ouve cantar o negro,
Pela agreste imensidão.
Seus donos estão dormindo:
Quem sabe o que sonharão!
Mas os feitores espiam,
de olhos pregados no chão
Já se ouve cantar o negro.
Que saudade, pela serra!
Os corpos naquelas águas
- as almas, por longe terra.
Em cada vida de escravo,
que surda, perdida guerra!
Já se ouve cantar o
negro.
Por onde se encontrarão
Essas estrelas sem jaça
Que livram da escravidão,
Pedras que, melhor que os homens,
trazem luz no coração?
Já se ouve cantar o negro.
Chora neblina, a alvorada.
Pedra miúda não vale:
Liberdade é pedra grada...
(A terra toda mexida,
A água toda revirada...
Deus do céu, como é possível
Penar tanto e não ter nada!)
Vamos ver se conseguimos colocar uma página 112 por dia até a próxima sexta feira. Veja aí no seu livro de Cecília Meireles , qual o poema que está na página 112.
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