entre os bichos do presépio
eu sei sempre onde estou.
Se era preciso calor
e uma eterna companhia,
ali estava eu presente
enquanto o menino nascia.
Como não sou adivinho,
nem sequer mestre em magia,
quem esse menino era
eu ao certo não sabia
Filho de gente modesta,
tinha um brilho no olhar
que era só comparável
ao das noites de luar.
Velando pelo seu sono,
sem o deixar despertar,
eu ficava de atalaia
evitando até zurrar.
Sem que saiba bem o quê,
qualquer coisa me fez pensar
que essa noite em Belém
o mundo iria mudar.
Mal sabia nessa altura,
num lugar de escassa luz,
que essa criança, afinal,
era o Menino Jesus.
Em: O Livro do Natal
Em: O Livro do Natal
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