A Nova Política da Europa, Luuk Van Middelaan
Há tempos a União Europeia vem sendo atormentada por crises constantes: o caos financeiro, a dívida soberana da Grécia, os conflitos com a Rússia devido a suas relações com a Ucrânia e à invasão da Crimeia, o número sem precedentes de refugiados que migram pelo Mediterrâneo, a confusão causada pelo Brexit e também a guerra comercial travada pelo Governo Trump.
Originalmente projetada para criar e aplicar regras sobre pesca, cotas de trigo ou padrões de produtos, a União Europeia foi lançada no cenário global, sem nenhum planejamento, para lidar com problemas complexos como os de identidade, de soberania e de solidariedade diante dos refugiados que não param de chegar. De Paris a Berlim, de Londres a Atenas, os líderes europeus tiveram de fazer improvisos para tratar dessas questões que ameaçam engolir a sua entidade política, além de ser preciso encarar uma opinião pública cada vez mais desencantada e dissonante.
Luuk van Middelaar elabora um retrato revelador e sincero de uma Europa tateando seu caminho, e nos oferece uma visão privilegiada dessa metamorfose política vivida pela União Europeia. Forçados a agir por uma onda de emergências, os europeus se depararam com questões difíceis sobre poder, fronteiras territoriais e autoridade pública. No entanto, para van Middelaar, “uma crise é um momento de verdade, pois quando o chão sob os pés estremece, quando, subitamente, há um opositor diante da porta, é que se descobre a força interior que se tem”. A nova política da Europa não pode existir sem um novo ambiente público, que só se tornará viável se a UE se tornar um órgão verdadeiramente representativo que convença a todos que os laços que unem os europeus são mais fortes do que tudo aquilo que pode dividi-los..
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Fonte Vermelha: a guerra da Stalin na Ucrânia, Anne Applebaum
Devastador e definitivo, A fome vermelha captura o horror em que consistiu homens e mulheres animalizando-se para sobreviver a um mal sem precedentes. Em 1929, Stalin lançou uma política de coletivização de agricultura - na prática, uma segunda Revolução Russa - que expulsou milhões de camponeses de suas terras e os levou a fazendas coletivas. O resultado foi uma fome assassina, a mais letal na história da Europa. Pelo menos 5 milhões de pessoas morreram entre 1931 e 1933 na União Soviética. Porém, em vez de enviar auxílio, o Estado soviético fez uso daquela barbárie para se livrar de um problema político: mais de 3 milhões de mortos eram ucranianos, que pereceram não por serem vítimas acidentais de uma política catastrófica, mas porque o Estado trabalhou deliberadamente para exterminá-los. Neste livro perturbador, Anne Applebaum prova o que há muito se suspeitava: após uma série de rebeliões nas províncias, Stalin buscou ativamente eliminar o campesinato ucraniano. O Estado fechou as fronteiras da República e confiscou toda a comida disponível. A fome se espalhou rapidamente, e as pessoas se resignaram a comer qualquer tipo de coisa: grama, cascas de árvore, cães, cadáveres. Mas a fome foi apenas metade da história. Enquanto camponeses morriam no interior, a polícia secreta soviética lançava simultaneamente um ataque contra as elites intelectuais e políticas ucranianas. À medida que a fome se alastrava, uma campanha de calúnias e de repressão foi desencadeada contra os intelectuais, professores, curadores de museus, escritores, artistas, clérigos, teólogos, funcionários públicos e burocratas da Ucrânia.Esses dois desenvolvimentos - a Holodomor, no inverno e primavera de 1933, e as perseguições às classes política e intelectual ucranianas nos meses que se seguiram - desaguaram na sovietização da Ucrânia, na destruição da ideia de nacionalidade ucraniana e na neutralização de qualquer desafio ucraniano à unidade soviética.No momento que a Rússia, sucessora da União Soviética, coloca a independência da Ucrânia na mira mais uma vez, A fome vermelha relata, em detalhes, um dos maiores crimes de Stalin e suas consequências até os dias atuais - uma obra que ilumina a compreensão histórica de ímpetos que fundamentam as ameaças à ordem política do século XXI.
A Ucrânia Arde, Ilya Porkalov
Um jovem ucraniano de Kiev mostra como a crise entre a Rússia e seu país tem raízes mais profundas do que se imagina. Com a família dividida entre os dois lados — um avô aposentado pelo exército da ex-URSS e outro sobrevivente de um genocídio orquestrado por Stalin — ele relata os acontecimentos que culminaram com uma cidade em chamas, um presidente fugitivo e um dos maiores conflitos diplomáticos do século XXI.
Criméia:A história da guerra que redesenhou o mapa da Europa no século XIX, Orlando Figes
A Guerra da Crimeia, anterior à Primeira Guerra Mundial, foi o maior conflito do século XIX. No entanto, há poucas obras que se dediquem a detalhar essa história, eclipsada pelas duas guerras mundiais que ocorreram em seguida. Em Crimeia, o renomado historiador Orlando Figes se baseia em fontes russas, francesas, otomanas e britânicas para fornecer um relato completo e preencher essa lacuna.O autor narra os detalhes de uma guerra trágica, motivada pela crença fervorosa e populista, por parte do tsar Nicolau I e de seus ministros, de que era dever da Rússia governar todos os cristãos ortodoxos e controlar a Terra Santa. Após uma contenda com líderes religiosos otomanos em 1853, tropas russas invadiram uma área disputada na atual Romênia, fazendo com que a desavença da Grã-Bretanha e da Turquia com a Rússia atingisse o ponto de ebulição. A opinião francesa era menos apaixonada, mas os anseios de Napoleão III pela glória militar eram fortes o bastante para incentivar sua participação no confronto.O extraordinário conflito inflamou a rivalidade entre a Rússia e o Império Otomano em relação aos Bálcãs, desestabilizou as relações entre as potências europeias e acendeu uma fagulha para a Primeira Guerra Mundial. Tendo praticamente redesenhado o mapa da Europa e causado a morte de incontáveis militares e civis, a Guerra da Crimeia foi travada com tecnologia industrial e marcada por soldados entrincheirados na neve, cirurgiões atuando no campo de batalha, cobertura da imprensa por intermédio de repórteres correspondentes e a fanática e assombrada figura do tsar Nicolau I.Por meio de um relato lúcido, vívido e sensível, em Crimeia, Orlando Figes lança luz sobre os fatores geopolíticos, culturais e religiosos que moldaram o envolvimento de cada potência nessa contenda.
Fonte: JC do Recife e Amazon.
Entender e não apoiar. toda guerra é uma insensatez. A paz deve ser o caminho para tudo. O mundo não precisa de mais um conflito. Todo apoio ao povo da Ucrânia.
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