A Ordem Natural das Coisas
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o sol nasce
De madruga que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
Dona Maria já se foi, só depois é que o sol nasce
De madruga que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o sol só vem depois
O sol só vem depois
É o astro rei, okay, mas vem depois
O sol só vem depois
O sol só vem depois
É o astro rei, okay, mas vem depois
O sol só vem depois
Anunciado no latir dos cães, no cantar dos galos
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz "leva o documento, Sam"
Na São Paulo das manhã que tem lá seus Vietnã
Na vela que o vento apaga, afaga quando passa
A brasa dorme fria e só quem dança é a fumaça
Orvalho é o pranto dessa planta no sereno
A lua já 'tá no Japão, como esse mundo é pequeno
Farelos de um sonho bobinho que a luz contorna
Dar um tapa no quartinho, esse ano sai a reforma
O som das criança indo pra escola convence
O…
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz "leva o documento, Sam"
Na São Paulo das manhã que tem lá seus Vietnã
Na vela que o vento apaga, afaga quando passa
A brasa dorme fria e só quem dança é a fumaça
Orvalho é o pranto dessa planta no sereno
A lua já 'tá no Japão, como esse mundo é pequeno
Farelos de um sonho bobinho que a luz contorna
Dar um tapa no quartinho, esse ano sai a reforma
O som das criança indo pra escola convence
O…
Decidi conhecer melhor o rapper Emicida, que eu acho simpático e interessante quando vejo conversando com Fabio Porchat ou algum outro lugar. Recentemente, vi que sugestão de 6 livros que ele julgou muito importantes. Acatei a indicação e passo para vocês também a listinha:
1. Manuel de Limpeza de Um Monge Budista, Keisuke Matsumoto - É um livro sobre faxina. Ele fala da faxina do ponto de vista filosófico, espiritual, como limpar sua casa, sua aura, seu corpo. Seus olhos são como janelas. Perfeito para esse momento. (Emicida)
"Varrer a poeira do chão e a sujeira da alma – uma prática cotidiana para encontrar a harmonia e a serenidade" (K.M)
Segundo o budismo, fazer faxina significa remover a sujeira do espírito. É por isso que o dia dos monges começa justamente com a limpeza. Neste livro, o monge Keisuke Matsumoto ensina como cuidar da casa pode ajudar a viver melhor. São dicas simples, práticas, mas sempre com uma referência filosófica. Por exemplo: nunca deixar louça por lavar ou a cama por arrumar. Postergar para amanhã o que deve ser feito hoje torna o espírito indolente. Segundo o budismo, o tempo dedicado à limpeza traz uma sensação de plenitude.
2. Arrume Sua Cama, William H. McRaven “Esse livro é fantástico. Eu li em uma hora e meia.”, lembrou o cantor."Deveria ser lido por todos os líderes...(Emicida) Um livro para inspirar seus filhos e seus netos a serem o que eles querem ser."( The Wall Street Journal) "Excepcional, interessante e direto ao ponto.(Revista Forbes) "Repleto de histórias pessoais cativantes e inspiradoras. McRaven ensina nos dez capítulos deste livro como superar fracassos, aguentar as críticas e ajudar os outros.(The Washigton Post) Quando foi convidado para proferir o discurso da aula inaugural dos alunos de graduação da Universidade do Texas, o almirante William McRaven pensou em compartilhar suas lições sobre liderança. Afinal, em 37 anos de carreira na Marinha norte-americana, ele exerceu o comando em vários níveis – inclusive tendo sido o responsável pela missão que capturou Osama Bin Laden. O que ele não imaginava é que o discurso fosse parar nas redes sociais, viralizar e ter mais de 10 milhões de visualizações! Impressionado com o impacto e com o apelo universal, McRaven transformou a palestra em livro onde resume as 10 lições que aprendeu no treinamento das forças especiais. Assim como o vídeo, o livro virou um best-seller – está em primeiro lugar na lista do jornal The New York Times desde que foi lançado.
3 -Outras Naturezas, Outras Culturas”, de Philippe Descola
“Um livro fininho. Que livro incrível. Fala sobre a diferença da perspectiva, da percepção da realidade de um povo pro outro. Tudo é uma questão de cultura e perspectiva. Natural mesmo apenas a existência”.
Nesta breve conferência, o eminente antropólogo francês Philippe Descola parte da observação de outros povos - como os índios da Amazônia, os aborígines australianos e as tribos do Grande Norte canadense - para questionar a suposta universalidade dos conceitos de "natureza" e "cultura". Ao mesmo tempo que dá uma verdadeira aula sobre etnografia, etnologia e antropologia, o autor nos convida a refletir sobre a condição humana e os limites de nosso próprio modo de vida na Terra.
4. Amoras, Emicida
“Amoras nasce numa tentativa de chegar muito antes de que o discurso chega, de que o rap do Emicida chega, que a construção da Lab chega. Chegar antes do racismo na vida dessas pessoas”. Em seu primeiro livro infantil, Emicida conta uma história cheia de simplicidade e poesia, que mostra a importância de nos reconhecermos nos pequenos detalhes do mundo. Na música "Amoras", Emicida canta: "Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também". E é a partir desse rap que um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil e mostra, através de seu texto e das ilustrações de Aldo Fabrini, a importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos — desde criança e para sempre. "Um livro que rega as crianças com o olhar cristalino de quem sonha plantar primaveras para colher o fruto doce da humanidade." — Sérgio Vaz
5. Olhares Negros: Raça e Representação, Bell Hooks
Na coletânea de ensaios críticos reunidos em Olhares negros, bell hooks interroga narrativas e discute a respeito de formas alternativas de observar a negritude, a subjetividade das pessoas negras e a branquitude. Ela foca no espectador — em especial, no modo como a experiência da negritude e das pessoas negras surge na literatura, na música, na televisão e, sobretudo, no cinema —, e seu objetivo é criar uma intervenção radical na forma como nós falamos de raça e representação. Em suas palavras, “os ensaios de Olhares negros se destinam a desafiar e inquietar, a subverter e serem disruptivos”. Como podem atestar os estudantes, pesquisadores, ativistas, intelectuais e todos os outros leitores que se relacionaram com o livro desde sua primeira publicação, em 1992, é exatamente isso o que estes textos conseguem.
6. O Pequeno Príncipe Preto,Rodrigo França
“Eu fiquei emocionado com o livro do Rodrigo. Eu pirei no livro. Até mandei mensagem pro Rodrigo. Que bacana estar vivo na mesma época dele. O livro do Rodrigo protege as crianças”, (Emicida.)
Em um minúsculo planeta, vive o Pequeno Príncipe Preto. Além dele, existe apenas uma árvore Baobá, sua única companheira. Quando chegam as ventanias, o menino viaja por diferentes planetas, espalhando o amor e a empatia. O texto é originalmente uma peça infantil que já rodou o país inteiro. Agora, Rodrigo França traz essa delicada história no formato de conto, presenteando o jovem leitor com uma narrativa que fala da importância de valorizarmos quem somos e de onde viemos - além de nos mostrar a força de termos laços de carinho e afeto. Afinal, como diz o Pequeno Príncipe Preto, juntos e juntas todos ganhamos.
Fonte: GQ de 25.3.20
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