Eu separo um tempo entre natal e réveillon para descansar, pensar nas minhas metas e organizar minha agenda / caderno do ano seguinte. Gosto de pensar nos objetivos, anotar tudo no papel e acompanhar o progresso das ideias ao longo dos meses. Com o tempo, percebi que tenho conseguido cumprir 70% do que invento para mim, sempre fica algo ainda por fazer.
Depois de alguns anos, fui aperfeiçoando (eu acho) o processo. Aprendi que as metas tinham que ser muito minhas. Muito mesmo. Elas tinham que brotar do meu coração e ter o mínimo de influência de fora possível. Já perceberam que, às vezes, achamos que queremos algo mas, na verdade, estamos apenas reagindo às pressões do mundo? Tenho que casar! Tenho que fazer mestrado! Tenho que ganhar mais dinheiro. Será que tem mesmo? Escrevi no Medium sobre como não fazer essas metas equivocadas.
Metas x hábitos
Este ano, também li muito sobre como a vida não pode ser apenas uma lista de tarefas a cumprir. Se focarmos demais nas metas, perdemos de vista o que acontece ao nosso redor e dentro de nós. Se olharmos apenas para os resultados, não vamos curtir o processo. Também não vamos notar quando algumas metas deixarem de fazer sentido. Nós mudamos com o tempo, não é mesmo?
Aprendi que temos que pensar também em hábitos. Ações diárias para tornar nossas vidas melhores e nos levar, eventualmente, a conquistar algo lá na frente. Esse processo é mais importante do que a conquista, porque esse processo é a nossa vida. Adoro a frase “como vivemos o nosso dia é, claro, como vivemos a nossa vida”, da escritora Annie Dillard. Se você acompanha meu blog e esta news, já deve ter percebido que eu já citei ela antes. Pensando assim, em vez de se propor a “perder x quilos”, pode ser melhor dizer “vou fazer exercícios três vezes por semana".
Com isso em mente, comecei a determinar uma série de ações que eu gostaria de fazer todo dia, toda semana, todo mês. Fiz uma lista básica diária de hábitos minimamente saudáveis e consegui cumprir. Depois, a atualizei e o desafio ficou mais difícil. A tarefa de fazer atividade física ficou plenamente negligenciada. A meditação, por outro lado, já entrou na rotina. Aos poucos, vou me tornando a pessoa que cuida de si que eu quero ser. Em 2019, eu descobri o incrível poder das pequenas mudanças incrementais.
Grandes sonhos e pequenas mudanças
Este ano, também aprendi uma boa maneira equilibrar os grandes sonhos de vida com esses passos miúdos do dia a dia. O segredo está em conectá-los. No livro Vida Organizada, Thais Godinho propõe o seguinte exercício. Pense o que você faria se ganhasse na mega sena e todos as suas vontades se tornassem imediatamente possíveis. Imaginou? Pronto. Agora pegue essas ideias que devem ser bem loucas (por favor, né?) e tente avaliar o que seria possível adaptar para a vida real. Depois, pense o que pode ser feito, realisticamente, diariamente, todo mês, todo ano. Se o sonho milionário for comprar uma casa na praia, na vida real é possível comprar uma passagem para férias em algum lugar legal? É possível fazer reparos na casa em que você mora para ela ficar melhor? E assim por diante.
No ano passado, um exercício da aula de meditação me obrigou a pensar no meu propósito de vida. “Propósito” está virando uma daquelas palavras que, de tão usadas incorretamente, acabam perdendo o significado, né? Mas vamos em frente. A tarefa era pensar quem você quer ser, qual são as suas verdades, seus valores. E depois organizar tudo isso em uma frase só! Achei muito difícil e, depois, facílimo. Talvez todos nós queiramos o mesmo. Queremos ser livres, saudáveis, queremos ter gente amada ao nosso redor, queremos nos realizar intelectualmente, queremos ajudar quem precisa, queremos ser úteis. Como isso se traduz na sua vida, é sua missão encontrar. E continuar encontrando eternamente, porque os caminhos mudam.
Quem você é
Dia desses li no Instagram: “se você fosse apresentado a você, você gostaria de você?”. Não é uma pergunta ótima? Encontrar esse propósito, ou essa verdade, é um jeito de ser o melhor você possível. É uma forma de ser o mais você possível. Essa é a minha saga e eu acho que encontrei um jeito de fazer isso acontecer (por enquanto). No ano passado, eu traduzi essas ideias em metas grandes, médias e pequenas, e também em hábitos diários. Como eu disse, consegui cumpri-los parcialmente. Para 2020, vou ajustar a estratégia e tentar novamente.
Eu gostaria de estimular você a fazer o mesmo. Não a seguir as minhas ideias, claro. Mas a seguir as suas. Qual é a sua verdade? No que você acredita? Quem é você, do fundo do seu coração, com seus erros, suas dúvidas, suas angústias, mas também os seus sonhos, as suas doideiras, as suas histórias, as suas esquisitices, as suas vontades? “O que você andou amando ultimamente?”, disse Nietzsche.
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