- E a Norma, heim?
- O que é que tem?
- Você não soube? Anda mal falada.
- A Norma? Depois de Velha? Mas ela é tão culta!
- Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo...
- Mas o que foi que aconteceu?
- Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista e preconceituosa. E pior, abrbitrária, totalmente desconectada da realidade.
- Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta...
- Correta demais aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se orgulhava de ter no minostério andam virando a cara para ela.
- Ah, coitada. Eu sinto pena.
- Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.
- Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.
- Tá vendo? Nem você, que é meio puxa-saco, está disposto a defender a magera!
- Estou ,sim; defendo, sim. E você? Fica aí esculachando, mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela gosta.
- Eu?
- Você.
- Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!
Rodrigues, Sérgio, Viva a língua brasileira, Ed.Cia das Letras, São Paulo 2016.
- O que é que tem?
- Você não soube? Anda mal falada.
- A Norma? Depois de Velha? Mas ela é tão culta!
- Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo...
- Mas o que foi que aconteceu?
- Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista e preconceituosa. E pior, abrbitrária, totalmente desconectada da realidade.
- Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta...
- Correta demais aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se orgulhava de ter no minostério andam virando a cara para ela.
- Ah, coitada. Eu sinto pena.
- Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.
- Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.
- Tá vendo? Nem você, que é meio puxa-saco, está disposto a defender a magera!
- Estou ,sim; defendo, sim. E você? Fica aí esculachando, mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela gosta.
- Eu?
- Você.
- Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!
Rodrigues, Sérgio, Viva a língua brasileira, Ed.Cia das Letras, São Paulo 2016.
Fiquei até com peninha da Norma :)
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