Poesia da Vida em Marcha A poesia da vida em marcha tem ritmo diferente. Ritmo irregular e desigual de milhões de martelos batidos descompassadamente por milhões de mãos; de milhões de enxadas movidas desordenadamente por milhões de braços; de milhões de pés andando desesperadamente não se sabe para onde. A poesia da vida em marcha tem música diferente. Música sem som das sirenes das oficinas, dos apitos das locomotivas, dos roncos dos motores, dos gritos das revoltas interiores dos homem que sofrem nas oficinas, queimam os pulmões nas caldeiras das locomotivas e morrem de fome nas fábricas de motores. A poesia da vida em marcha tem rimas diferentes. Rimas sem música, sem versos que terminam em sílabas iguais. Rimas de palavras diferentes, com o mesmo sentido na boca dos que sofrem. Rimas de palavras que rimam apenas na idéia, no pensamento. Rimas estranhas de tirania com sofrimento, de sofrimento com união. De união com liberdade. A poesia da vida em marcha tem cadência difere