Esperança, Emily Dickinson
Esperança é a coisa com penas
Que se empoleira na almaE canta um som sem palavras
E nunca, mas nunca, pára,
E mais doce é ouvido no vendaval;
E dura precisa ser a tempestade
Que poderia desanimar o passarinho
Que mantém aquecidos a tantos.
Já o ouvi nas terras mais geladas
E nos mares mais estranhos,
Entretanto nunca, mesmo no desespero,
Ele pediu uma migalha a mim.
(tradução: Luiz Felipe Coelho)
Esperança - Mário Quintana
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
(Nova Antologia Poética, Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.)
Imagens: Emily Dinkinson , Mário Quintana
Imagens: Emily Dinkinson , Mário Quintana
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