O menino quer um burrinho  para passear.  Um burrinho manso,  que não corra nem pule,  mas que saiba conversar.   O menino quer um burrinho  que saiba dizer  o nome dos rios,  das montanhas, das flores,  — de tudo o que aparecer.   O menino quer um burrinho  que saiba inventar histórias bonitas  com pessoas e bichos  e com barquinhos no mar.   E os dois sairão pelo mundo  que é como um jardim  apenas mais largo  e talvez mais comprido  e que não tenha fim.   (Quem souber de um burrinho desses,  pode escrever  para a Ruas das Casas,  Número das Portas,  ao Menino Azul que não sabe ler.)